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Corte de temporários faz o desemprego subir para 8%
Resultado, porém, representa a segunda menor taxa da série do IBGE, iniciada em 2002
População desocupada aumentou em relação a dezembro, mas ficou, pela primeira vez em um mês de janeiro, abaixo de 2 milhões
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de desemprego nas
seis principais regiões metropolitanas do país subiu para 8%
em janeiro, impulsionada pela
dispensa de trabalhadores temporários, especialmente no comércio. Apesar da alta, o resultado representa a segunda menor taxa da série, iniciada em
março de 2002. O menor nível
(7,4%) de desemprego da série
foi registrado em dezembro.
Para Cimar Azeredo Pereira,
do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), o
resultado mostra sinais de melhora do mercado de trabalho.
"É tradicional na pesquisa
mensal de emprego que haja
aumento em janeiro na taxa de
desocupação com a saída dos
trabalhadores temporários,
que voltam a procurar trabalho, mas ainda é uma das taxas
mais baixas verificadas."
Em janeiro, o comércio cortou 155 mil postos de trabalho.
A queda mais expressiva foi verificada em São Paulo, com a redução de 115 mil vagas. A população desocupada cresceu 7,5%
em relação a dezembro e somou 1,842 milhão de pessoas,
mas ficou pela primeira vez em
um mês de janeiro abaixo de 2
milhões.
A análise dos dados em comparação a janeiro de 2007 indica que houve aumento da formalização e do rendimento.
Em janeiro do ano passado, a
taxa de desemprego iniciou o
ano com alta de 9,3%. Para Sérgio Vale, da MB Associados, a
taxa média de desemprego neste ano deverá ficar em 8,5%
com as perspectivas de crescimento da economia e da melhora no ritmo da ocupação.
Na comparação com janeiro
de 2007, foram criadas 748 mil
vagas com carteira de trabalho
assinada -aumento de 8,7%.
Os trabalhadores formais já representam 43,8% da população
ocupada -o maior patamar
desde o início da série.
Segundo Vale, o aumento das
contratações na indústria contribuiu para o aumento da formalização. Ele destaca que o
aumento dos processos de
abertura de capital incentivou
a formalização tanto nas empresas como na cadeia de fornecedores.
Segundo ele, a classe média
tende a se beneficiar mais do
perfil do mercado de trabalho
neste ano, por conta do perfil
das vagas. "A classe média tem
potencial de ganhos maiores
em ocupação e em renda. Já
existem setores com falta de
engenheiros, entre outros profissionais qualificados", disse.
O IBGE destaca o aumento
das contratações no segmento
de serviços prestados a empresas. Em janeiro, foram criadas
100 mil vagas, com alta de 3,3%
em relação a dezembro. Azeredo atribui o crescimento à terceirização, com destaque para
atividades como segurança e
limpeza, entre outras.
Rendimento
Em janeiro, o rendimento
médio ficou em R$ 1.172,50, estável em relação a dezembro,
mas com alta de 3,4% na comparação com janeiro de 2007.
O Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial) ressalta que São Paulo
liderou a recuperação do rendimento médio real em relação a
janeiro de 2007, com alta de
4,6%. "Há sinais de significativa reativação do crescimento
do rendimento da população."
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