São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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Corte de temporários faz o desemprego subir para 8%

Resultado, porém, representa a segunda menor taxa da série do IBGE, iniciada em 2002

População desocupada aumentou em relação a dezembro, mas ficou, pela primeira vez em um mês de janeiro, abaixo de 2 milhões

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu para 8% em janeiro, impulsionada pela dispensa de trabalhadores temporários, especialmente no comércio. Apesar da alta, o resultado representa a segunda menor taxa da série, iniciada em março de 2002. O menor nível (7,4%) de desemprego da série foi registrado em dezembro.
Para Cimar Azeredo Pereira, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o resultado mostra sinais de melhora do mercado de trabalho.
"É tradicional na pesquisa mensal de emprego que haja aumento em janeiro na taxa de desocupação com a saída dos trabalhadores temporários, que voltam a procurar trabalho, mas ainda é uma das taxas mais baixas verificadas."
Em janeiro, o comércio cortou 155 mil postos de trabalho. A queda mais expressiva foi verificada em São Paulo, com a redução de 115 mil vagas. A população desocupada cresceu 7,5% em relação a dezembro e somou 1,842 milhão de pessoas, mas ficou pela primeira vez em um mês de janeiro abaixo de 2 milhões.
A análise dos dados em comparação a janeiro de 2007 indica que houve aumento da formalização e do rendimento. Em janeiro do ano passado, a taxa de desemprego iniciou o ano com alta de 9,3%. Para Sérgio Vale, da MB Associados, a taxa média de desemprego neste ano deverá ficar em 8,5% com as perspectivas de crescimento da economia e da melhora no ritmo da ocupação.
Na comparação com janeiro de 2007, foram criadas 748 mil vagas com carteira de trabalho assinada -aumento de 8,7%. Os trabalhadores formais já representam 43,8% da população ocupada -o maior patamar desde o início da série.
Segundo Vale, o aumento das contratações na indústria contribuiu para o aumento da formalização. Ele destaca que o aumento dos processos de abertura de capital incentivou a formalização tanto nas empresas como na cadeia de fornecedores.
Segundo ele, a classe média tende a se beneficiar mais do perfil do mercado de trabalho neste ano, por conta do perfil das vagas. "A classe média tem potencial de ganhos maiores em ocupação e em renda. Já existem setores com falta de engenheiros, entre outros profissionais qualificados", disse.
O IBGE destaca o aumento das contratações no segmento de serviços prestados a empresas. Em janeiro, foram criadas 100 mil vagas, com alta de 3,3% em relação a dezembro. Azeredo atribui o crescimento à terceirização, com destaque para atividades como segurança e limpeza, entre outras.

Rendimento
Em janeiro, o rendimento médio ficou em R$ 1.172,50, estável em relação a dezembro, mas com alta de 3,4% na comparação com janeiro de 2007.
O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) ressalta que São Paulo liderou a recuperação do rendimento médio real em relação a janeiro de 2007, com alta de 4,6%. "Há sinais de significativa reativação do crescimento do rendimento da população."


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