São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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Lucro da Oi cresce 80% e vai a R$ 2,36 bi

Empresa atribui resultado à expansão da telefonia celular e da banda larga e anuncia investimento de R$ 4 bi para este ano

Investimento é o 2º maior desde a privatização e não inclui eventual aquisição da BrT; companhia perde 166 mil assinantes de telefone fixo

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

A Oi (ex-Telemar) fechou o balanço de 2007 com o lucro recorde de R$ 2,358 bilhões (alta de 80% sobre 2006) e prevê investir R$ 4 bilhões neste ano, apesar da diminuição dos assinantes de telefonia fixa.
O resultado da companhia em 2007 foi anunciado, ontem, pelo diretor financeiro e de Relações com Investidores, José Luís Salazar. Será o segundo maior investimento anual da companhia após a privatização. O executivo atribui o lucro recorde à expansão da telefonia celular e da banda larga.
O maior investimento anual da Oi, de R$ 10 bilhões, aconteceu em 2001, no cumprimento das metas de expansão da telefonia fixa estabelecidas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Segundo Salazar, na cifra projetada para este ano não estão incluídas a compra da Amazônia Celular (em fase de exame pela Anatel) e a eventual aquisição da Brasil Telecom. A empresa não deu informações sobre as tratativas entre acionistas para a compra da Oi.
Da verba de investimento, R$ 2,3 bilhões irão para a infra-estrutura de telefonia fixa; R$ 1,3 bilhão, para a implantação da rede de celular em São Paulo e da rede do 3G (terceira geração de celular); e R$ 400 milhões, para permitir a portabilidade numérica -troca de operadora sem mudar o número do telefone- exigida pela Anatel.
Segundo o executivo, o financiamento dos investimentos será com um mix de recursos próprios (ela tem R$ 6,7 bilhões em caixa), de financiamento externo oferecido por fornecedores e de crédito do BNDES. A empresa tomou empréstimo de R$ 2,7 bilhões do banco em 2006 para liberação até 2009.

Suspense
A Oi mantém sigilo sobre sua estratégia de ingresso no mercado de telefonia celular de São Paulo. Só confirma que está construindo duas redes simultâneas, de segunda e de terceira geração, e que o lançamento ocorrerá no segundo semestre.
Segundo Salazar, o fato de 80% dos usuários de celular terem pré-pago justifica a construção de uma rede de segunda geração. O 3G -que permite transmissão de dados em alta velocidade- será voltado para o pós-pago.
A empresa, segundo o diretor, guarda segredo sobre sua entrada em São Paulo "para não dar munição aos concorrentes". Mas deixou claro que a Oi não cogita subsidiar a venda de aparelhos celulares pré-pagos; apostará na venda de chips e atacará a base de clientes da Vivo, da TIM e da Claro.
Segundo ele, a penetração da telefonia celular é menor em São Paulo (65%) do que no Rio (75%) porque a primeira tem um concorrente a menos em operação. A empresa não descarta subsidiar a venda dos aparelhos de terceira geração.
A Oi já tem 16 milhões de clientes de celular (83% em pré-pago), 14,2 milhões de assinantes de telefone fixo e 1,5 milhão de usuários de transmissão de dados em banda larga.
Enquanto a receita da telefonia móvel cresceu 23,7% -de R$ 4,2 bilhões para R$ 5,2 bilhões-, a da telefonia fixa ficou estagnada em R$ 11 bilhões.
A empresa perdeu 166 mil assinantes de telefone fixo em 2007. O fato acontece também nas demais teles e começou em 2003. As empresas atribuem a queda a dois fatores: falta de poder aquisitivo da população e a tendência de migração do serviço voz para o celular. A empresa prevê redução de 200 mil a 300 mil linhas fixas neste ano.


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