|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lucro da Oi cresce 80% e vai a R$ 2,36 bi
Empresa atribui resultado à expansão da telefonia celular e da banda larga e anuncia investimento de R$ 4 bi para este ano
Investimento é o 2º maior desde a privatização e não
inclui eventual aquisição da BrT; companhia perde 166 mil
assinantes de telefone fixo
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
A Oi (ex-Telemar) fechou o
balanço de 2007 com o lucro
recorde de R$ 2,358 bilhões (alta de 80% sobre 2006) e prevê
investir R$ 4 bilhões neste ano,
apesar da diminuição dos assinantes de telefonia fixa.
O resultado da companhia
em 2007 foi anunciado, ontem,
pelo diretor financeiro e de Relações com Investidores, José
Luís Salazar. Será o segundo
maior investimento anual da
companhia após a privatização.
O executivo atribui o lucro recorde à expansão da telefonia
celular e da banda larga.
O maior investimento anual
da Oi, de R$ 10 bilhões, aconteceu em 2001, no cumprimento
das metas de expansão da telefonia fixa estabelecidas pela
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações).
Segundo Salazar, na cifra
projetada para este ano não estão incluídas a compra da Amazônia Celular (em fase de exame pela Anatel) e a eventual
aquisição da Brasil Telecom. A
empresa não deu informações
sobre as tratativas entre acionistas para a compra da Oi.
Da verba de investimento, R$
2,3 bilhões irão para a infra-estrutura de telefonia fixa; R$ 1,3
bilhão, para a implantação da
rede de celular em São Paulo e
da rede do 3G (terceira geração
de celular); e R$ 400 milhões,
para permitir a portabilidade
numérica -troca de operadora
sem mudar o número do telefone- exigida pela Anatel.
Segundo o executivo, o financiamento dos investimentos
será com um mix de recursos
próprios (ela tem R$ 6,7 bilhões
em caixa), de financiamento
externo oferecido por fornecedores e de crédito do BNDES. A
empresa tomou empréstimo de
R$ 2,7 bilhões do banco em
2006 para liberação até 2009.
Suspense
A Oi mantém sigilo sobre sua
estratégia de ingresso no mercado de telefonia celular de São
Paulo. Só confirma que está
construindo duas redes simultâneas, de segunda e de terceira
geração, e que o lançamento
ocorrerá no segundo semestre.
Segundo Salazar, o fato de
80% dos usuários de celular terem pré-pago justifica a construção de uma rede de segunda
geração. O 3G -que permite
transmissão de dados em alta
velocidade- será voltado para
o pós-pago.
A empresa, segundo o diretor, guarda segredo sobre sua
entrada em São Paulo "para
não dar munição aos concorrentes". Mas deixou claro que a
Oi não cogita subsidiar a venda
de aparelhos celulares pré-pagos; apostará na venda de chips
e atacará a base de clientes da
Vivo, da TIM e da Claro.
Segundo ele, a penetração da
telefonia celular é menor em
São Paulo (65%) do que no Rio
(75%) porque a primeira tem
um concorrente a menos em
operação. A empresa não descarta subsidiar a venda dos aparelhos de terceira geração.
A Oi já tem 16 milhões de
clientes de celular (83% em
pré-pago), 14,2 milhões de assinantes de telefone fixo e 1,5 milhão de usuários de transmissão de dados em banda larga.
Enquanto a receita da telefonia móvel cresceu 23,7% -de
R$ 4,2 bilhões para R$ 5,2 bilhões-, a da telefonia fixa ficou
estagnada em R$ 11 bilhões.
A empresa perdeu 166 mil assinantes de telefone fixo em
2007. O fato acontece também
nas demais teles e começou em
2003. As empresas atribuem a
queda a dois fatores: falta de
poder aquisitivo da população e
a tendência de migração do serviço voz para o celular. A empresa prevê redução de 200 mil
a 300 mil linhas fixas neste ano.
Texto Anterior: Lácteos: Produção brasileira de leite cresce quase 10% Próximo Texto: Empresas: Caem fusões e aquisições no 2º semestre de 2007 Índice
|