São Paulo, sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

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Bernanke descarta estagflação nos EUA

Economia do país cresceu 0,6% no 4º trimestre de 2007

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em meio a indicadores de desaceleração da economia americana anunciados ontem, como a expansão de 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto) anualizada no quarto trimestre e o crescimento do número de pedidos de seguro-desemprego (para 373 mil na semana passada), o presidente do Federal Reserve (o BC dos Estados Unidos), Ben Bernanke, descartou a possibilidade de estagflação.
O termo se refere a um baixo crescimento aliado à alta inflação, como ocorreu nos EUA nos anos 70. "Não antecipo estagflação. Prevejo que a inflação baixará e que recuperaremos o crescimento", disse, em apresentação do relatório semestral do Fed no Congresso.
Bernanke disse que a crise pode fazer novas vítimas, com a quebra de bancos pequenos. A declaração teve impacto nas Bolsas, levando o Dow Jones a fechar com queda de 0,88%.

Desaceleração
A segunda estimativa do PIB dos EUA do último trimestre do ano passado ficou bem abaixo do resultado do terceiro trimestre, de 4,9% (corrigido pelo Departamento do Comércio dos EUA). Não fosse a melhora das vendas externas, a economia teria encolhido ao ritmo anualizado de 0,3%, na primeira queda desde 2001.
O aumento de 19 mil pedidos de seguro-desemprego (para 377 mil), segundo o Departamento do Trabalho, mostra que a desaceleração está chegando ao mercado de trabalho.
O presidente do BC norte-americano reconheceu que os aumentos de preços de energia e matérias-primas em geral estão causando "estresse inflacionário", dificultando as respostas do Fed para reverter o enfraquecimento da economia.
Ao colocar mais dinheiro em circulação para reduzir as taxas de juros, o Fed acaba estimulando a inflação. Bernanke disse que está preparado para esse quadro, mas admitiu: "Estamos preocupados. Estamos tentando equilibrar vários riscos diferentes uns contra os outros".
Bernanke espera maior crescimento da economia no segundo semestre, como resultado dos cortes de juros feitos neste ano e do pacote de estímulo à economia.
Para especialistas, o Fed indica que haverá novos cortes na taxa de juros na reunião do banco de 18 de março.


Com agências internacionais


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