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Comissão diz em 120 dias por que banco quebrou
da Sucursal de Brasília
O Banco Central deve instalar na
próxima semana uma comissão de
inquérito para apurar os motivos
que provocaram a crise que resultou na intervenção do Banco Bamerindus no último dia 26.
A diretoria do BC pretende descobrir se a crise foi provocada por
problemas de má administração
ou falta de recursos. A investigação está prevista na legislação, informou a assessoria de imprensa
do BC.
Prazo de 120 dias
A comissão terá prazo de 120 dias
para concluir seus trabalhos. Se
necessário, seu presidente poderá
pedir prorrogação por igual período. A investigação será paralela ao
trabalho do interventor.
Os integrantes da comissão devem ser indicados até quarta-feira
pelo presidente do BC, Gustavo
Loyola. Em Curitiba (PR), o interventor Luiz Carlos Alvarez já iniciou seu trabalho anteontem.
Inicialmente, sua principal função é transferir a parte boa do Bamerindus para o HSBC Bamerindus. O trabalho está sendo feito em
conjunto com o HSBC.
Esse trabalho inclui separar também a parte ruim que ficará no Bamerindus sob intervenção e administrado pelo BC. Depois de feita a
separação, Alvarez tentará reduzir
o prejuízo da parte ruim.
Inpacel
Já está definido que as ações da
Inpacel e de empresas não-financeiras em poder do Bamerindus
não serão transferidas para o
HSBC Bamerindus. Ou seja, poderão ser vendidos para reduzir um
eventual prejuízo.
O interventor poderá ainda vender bens pessoais dos antigos controladores e administradores do
Bamerindus nos últimos 12 meses.
Para isso, o BC tornou indisponíveis na última quarta-feira os bens
de 50 pessoas.
Proer
Entre essas pessoas estão o senador José Eduardo de Andrade
Vieira (PTB-PR), ex-ministro da
Agricultura do atual governo, e
Maurício Schulman, atual presidente da Febraban (a associação
dos bancos).
A venda só poderá ser feita se eles
forem considerados culpados numa eventual ação de responsabilidade civil.
Para manter as agências do Bamerindus abertas e não prejudicar
os mais de dois milhões de clientes
da instituição, o Banco Central está liberando R$ 5,7 bilhões através
do Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro
(Proer).
Desse total, R$ 2,5 bilhões serão
utilizados para o Fundo Grantidor
de Crédito (FGC), caso seja preciso honrar os passivos ligados a depósitos inferiores a R$ 20 mil.
Outros R$ 2,5 bilhões estão indo
para a Caixa Econômica Federal
adquirir a carteira imobiliária do
Bamerindus. Mais R$ 400 milhões
serão usados para equilibrar passivos e ativos transferidos ao HSBC.
Finalmente, R$ 300 milhões vão
para o Banco do Brasil comprar a
carteira agrícola do Bamerindus e
agências no exterior.
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