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SIDERURGIA
Empresa nega venda a estrangeiras e anuncia lucro de R$ 2 bi no ano passado, 1,2% superior ao de 2004
CSN investe US$ 5,1 bi para dobrar produção
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional) anunciou na noite de
segunda-feira o maior volume de
investimentos desde sua privatização, em 1993. São US$ 5,1 bilhões (R$ 11,3 bilhões), que serão
aplicados até 2011 na duplicação
da capacidade de fabricação de
aço da empresa e no aumento da
produção de minério de ferro.
Ontem, executivos da siderúrgica divulgaram os resultados de
2005, que foram semelhantes aos
do ano anterior, um dos melhores
da história para o setor. O lucro líquido chegou a R$ 2,005 bilhões,
1,2% acima do registrado em
2004. O lucro antes do pagamento
de impostos (Ebtida) foi de R$ 4,6
milhões, menor que os R$ 4,8 bilhões do ano anterior.
Quarto maior grupo siderúrgico do Brasil, a CSN foi alvo nos últimos dias de uma série de rumores sobre sua venda a empresas
estrangeiras. O mais recente apareceu domingo no jornal britânico "The Business", que noticiou
supostas negociações da CSN
com a Arcelor e a Mittal Steel,
maior siderúrgica do mundo.
Marcos Lutz, diretor-executivo
de infra-estrutura e energia da
empresa, classificou as informações de "boatos" e disse que não
há nada oficial sobre a venda da
empresa. Ao contrário.
"A CSN não é uma empresa
vendedora. Nós não temos uma
estratégia que contemplaria isso.
Tudo o que nós fazemos deixa
implícito que a companhia está
querendo crescer com suas próprias pernas ou ser compradora
no mercado internacional", declarou Lutz em teleconferência
para divulgação dos resultados.
"Nos fomos comprados e vendidos por dez empresas na última
semana", ironizou Lutz.
A especulação sobre a mudança
no controle da siderúrgica levou
suas ações a subirem até 4% no
dia de ontem. No fim do dia, a valorização foi de 0,67%, um bom
resultado diante da queda de
2,55% do Ibovespa.
A CSN anunciou, porém, que
estuda a constituição de uma empresa de capital aberto com os ativos da mina Casa de Pedra, a
maior de minério de ferro do Sudeste do país. Lutz afirmou que a
siderúrgica contratou um banco
de investimentos para avaliar e estruturar a operação.
A intenção da empresa é vender
de 10% a 20% do capital da mina
no mercado acionário. Como a
CSN atribui um valor de US$ 4,7
bilhões à Casa de Pedra, isso representaria de US$ 470 milhões a
US$ 940 milhões.
Dos US$ 5,1 bilhões de investimentos anunciados, cerca de US$
500 milhões serão destinados à
ampliação em 10 milhões de toneladas/ano da produção da Casa de
Pedra. Esse projeto complementa
o que já está em andamento para
a elevação em 2,5 vezes da capacidade da mina. Com ambos, a produção passará de 16 milhões de
toneladas/ano para 53 milhões de
toneladas/ano em 2011.
A duplicação da produção de
aço se dará pela construção de
duas novas unidades, cada uma
com capacidade de produção de 3
milhões de toneladas de placas
por ano. A primeira delas será
construída em Itaguaí (RJ) e deverá estar operando em 2009. A outra unidade está sendo disputada
por Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A produção adicional de 6 milhões de placas por ano será quase
toda destinada à exportação para
unidades da própria CSN nos Estados Unidos e na Europa, onde
serão trabalhadas para as necessidades dos mercados locais.
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