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Empresas reclamam de perdas com a greve
Setor de transporte de carga cobra do governo federal mais rapidez na condução das negociações com auditores fiscais
Fiesp e Ciesp recorrem à Justiça para obter liberação dos produtos importados e exportados que estão retidos por causa da paralisação
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Representantes das empresas de transportes de carga cobram do governo federal uma
solução nas negociações com os
auditores da Receita em greve.
Segundo os empresários, as
transportadoras estão arcando
com a manutenção dos veículos
parados nas aduanas das fronteiras. "Um caminhão frigorífico com a câmara fria ligada gera
US$ 350 de manutenção por
dia. E são as empresas que custeiam essa despesa enquanto o
acordo entre governo e os funcionários da Receita não sai",
afirma Ademir Pozzani, vice-presidente de assuntos internos da NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte
de Cargas e Logística).
Nesta semana, a entidade entregou manifesto ao ministro
Guido Mantega (Fazenda) para
defender o restabelecimento
de negociações e pôr fim à greve. "Só em Uruguaiana [640 km
de Porto Alegre, na fronteira
com a Argentina e o Uruguai],
são cerca de 3.000 caminhoneiros parados", diz Pozzani.
Segundo o dirigente da entidade empresarial, uma das sugestões é aumentar a liberação
de cargas pelo chamado canal
verde, em que não há necessidade de intervenção do fiscal da
Receita. Com a greve, um caminhão pode ser liberado em até
seis dias, e a intenção dos transportadores é que esse período,
enquanto o movimento não
acabar, seja reduzido para três.
Segundo a assessoria técnica
da NTC & Logística, nos 14 postos de fronteira existentes no
país estão cerca de 7.500 caminhões à espera de uma liberação. Levando em conta que o
custo médio de manutenção
diária da carga e do veículo está
em US$ 300, a NTC estima que
as transportadoras já tiveram
que desembolsar US$ 2,25 milhões em despesas.
São Paulo
Em nota divulgada ontem, o
Ciesp (Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo) e a
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
anunciaram ter impetrado, no
último dia 25, pedido de mandado de segurança na Justiça
Federal para a liberação dos
produtos de importações e exportações retidos nas aduanas
paulistas e que, ontem, a liminar foi deferida pelo juiz Marco
Aurélio de Mello Castrianni.
"Sem questionar a legitimidade de suas reivindicações
trabalhistas e o princípio legal
do direito à greve, mas, por outro lado, na defesa do legítimo
interesse da sociedade, não se
pode prescindir dos serviços
públicos essenciais que, com
essas greves, têm causado significativas perdas ao país", diz a
nota das entidades.
"Essa situação absurda agride os direitos de todos nós,
quanto à eficiência e continuidade dos serviços públicos pelos quais pagamos uma das
maiores cargas tributárias do
mundo", afirma na nota Paulo
Skaf, presidente do Ciesp e da
Fiesp.
(DIMITRI DO VALLE)
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