São Paulo, sábado, 29 de março de 2008

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Mantega quer manter as exportações de aço

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, cobrou ontem da indústria siderúrgica a manutenção das exportações e a cautela na elevação dos preços para os consumidores de aço.
O encontro ocorreu em São Paulo, e entre os participantes estavam o presidente da Gerdau, André Gerdau, e da Usiminas e do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Rinaldo Campos Soares.
Mantega disse, após o encontro, que está preocupado com a atual política do setor siderúrgico de desviar a produção de aço exportada para atender o mercado interno. "Coloquei para o setor o desafio de atender satisfatoriamente o mercado brasileiro e aumentar as exportações de modo a manter o Brasil também forte no mercado externo. Essa é também uma preocupação que tenho", disse o ministro sobre o risco de essa medida comprometer o superávit da balança comercial.
Mantega ouviu do setor a promessa de que, já neste ano, as exportações voltarão a crescer. O IBS prometeu exportar 12,4 milhões de toneladas em 2008, uma elevação de 20% sobre o volume de aço vendido no ano passado. A produção de aços planos, por exemplo, atingirá 14,2 milhões de toneladas neste ano.
As exportações, que atingiram 19% desse volume em 2007, deverão baixar para 11% neste ano, informa o presidente do IBS. A previsão é que a demanda interna de aços planos (para automóveis, eletrodomésticos e infra-estrutura) consuma 12,7 milhões de toneladas.
O setor também apresentou um pacote de investimentos que deve agregar ao parque siderúrgico nacional mais 22,4 milhões de toneladas até 2010. O investimento total para essa expansão atinge US$ 32 bilhões. Hoje, a capacidade instalada do Brasil alcança 41 milhões de toneladas por ano.

Sem inflação
Os números apresentados pelo setor reduziram o temor do governo de eventual pressão inflacionária devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda. "[A capacidade do setor] não é uma fonte de preocupação. O setor está aumentando a capacidade", afirmou Mantega ao final do encontro.
Com isso, o ministro não espera surpresas sobre o tema inflação, mas disse que o governo está monitorando a cadeia do aço e não quer ver um "descolamento de preços com aumento generalizado de custos".
O ministro aceitou as justificativas para os repasses recentes, decorrentes do forte aumento dos preços internacionais do minério de ferro e do carvão. "Eles [o setor siderúrgico] subiram o preço do aço para a cadeia produtiva, e há uma preocupação de que isso continue se verificando", disse.


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