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Mantega quer manter as exportações de aço
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, cobrou ontem da
indústria siderúrgica a manutenção das exportações e a cautela na elevação dos preços para os consumidores de aço.
O encontro ocorreu em São
Paulo, e entre os participantes
estavam o presidente da Gerdau, André Gerdau, e da Usiminas e do Instituto Brasileiro de
Siderurgia (IBS), Rinaldo Campos Soares.
Mantega disse, após o encontro, que está preocupado com a
atual política do setor siderúrgico de desviar a produção de
aço exportada para atender o
mercado interno. "Coloquei
para o setor o desafio de atender satisfatoriamente o mercado brasileiro e aumentar as exportações de modo a manter o
Brasil também forte no mercado externo. Essa é também
uma preocupação que tenho",
disse o ministro sobre o risco
de essa medida comprometer o
superávit da balança comercial.
Mantega ouviu do setor a
promessa de que, já neste ano,
as exportações voltarão a crescer. O IBS prometeu exportar
12,4 milhões de toneladas em
2008, uma elevação de 20% sobre o volume de aço vendido no
ano passado. A produção de
aços planos, por exemplo, atingirá 14,2 milhões de toneladas
neste ano.
As exportações, que atingiram 19% desse volume em
2007, deverão baixar para 11%
neste ano, informa o presidente do IBS. A previsão é que a demanda interna de aços planos
(para automóveis, eletrodomésticos e infra-estrutura)
consuma 12,7 milhões de toneladas.
O setor também apresentou
um pacote de investimentos
que deve agregar ao parque siderúrgico nacional mais 22,4
milhões de toneladas até 2010.
O investimento total para essa
expansão atinge US$ 32 bilhões. Hoje, a capacidade instalada do Brasil alcança 41 milhões de toneladas por ano.
Sem inflação
Os números apresentados
pelo setor reduziram o temor
do governo de eventual pressão
inflacionária devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda. "[A capacidade do setor]
não é uma fonte de preocupação. O setor está aumentando a
capacidade", afirmou Mantega
ao final do encontro.
Com isso, o ministro não espera surpresas sobre o tema inflação, mas disse que o governo
está monitorando a cadeia do
aço e não quer ver um "descolamento de preços com aumento
generalizado de custos".
O ministro aceitou as justificativas para os repasses recentes, decorrentes do forte aumento dos preços internacionais do minério de ferro e do
carvão. "Eles [o setor siderúrgico] subiram o preço do aço para
a cadeia produtiva, e há uma
preocupação de que isso continue se verificando", disse.
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