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OMC confirma que
Embraer será punida
da Sucursal de Brasília
A OMC (Organização Mundial
do Comércio) entregou ontem
aos representantes dos governos
brasileiro e canadense seu relatório final sobre a disputa comercial
travada há meses entre Embraer
(Empresa Brasileira de Aeronáutica) e Bombardier. O texto reprova o sistema de financiamento
que tem sustentado as exportações das duas empresas.
A condenação já havia sido
anunciada pela OMC no dia 31 de
março, num comunicado preliminar divulgado em Genebra, na
Suíça. Ontem, o organismo
-que arbitra os conflitos comerciais envolvendo seus países-membros -apenas formalizou a
decisão.
O julgamento da OMC foi originado por uma reclamação da
Bombardier, fabricante canadense de aviões, que acusa o governo
brasileiro de conceder subsídios à
Embraer.
No ano passado, o governo brasileiro, temendo retaliações na
OMC, antecipou-se e reduziu em
quase 50% o subsídio embutido
nos créditos concedidos pelo
Proex (Programa de Estímulo às
Exportações) à Embraer. Não
adiantou.
O governo canadense manteve
sua demanda na OMC e venceu.
Mas, curiosamente, também perdeu.
Julgando uma reclamação brasileira, a OMC considerou que o
sistema de financiamento canadense também está em desacordo
com suas regras. O governo local
estaria subsidiando a produção
de aviões da Bombardier e, com
isso, facilitando sua comercialização no exterior.
O Itamaraty confirmou ontem
o recebimento do relatório final,
mas informou que o texto ainda
tem caráter confidencial. Apenas
dentro de dez dias o relatório será
distribuído aos países-membros,
que discutirão as penalidades.
Segundo o vice-presidente de
relações externas da Embraer,
Henrique Rzezinski, o relatório
deve pedir novas mudanças no
desconto concedido pelo BNDES,
reduzindo-o ainda mais.
"Não estão muito claras quais
são as alterações, mas eles pediram ajustes no Proex, porque as
taxas de juros estariam muito baixas", disse.
Ele afirmou que espera que o
governo brasileiro recorra da decisão na OMC. "O governo tem a
última palavra. Eu acho que o governo vai apelar, porque ele já disse, reiteradamente, que vai honrar todos os contratos assinados."
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