São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2004

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GRÃOS

Produção será de 120 mi de toneladas com seca e chuva

Fatores climáticos devem reduzir safra em 2,5%, estima governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A seca ocorrida no Sul e as fortes chuvas no Centro-Oeste no início deste ano devem provocar uma quebra na safra de grãos, segundo projeções divulgadas ontem pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
De acordo com a Conab, a produção de grãos no país deve ficar em 120,1 milhões de toneladas, número 2,5% menor do que os 123,1 milhões de toneladas registrados na safra passada. Segundo a instituição, a produção de grãos poderia chegar a 133,8 milhões se não fossem as variações do clima.
As culturas de soja e milho foram as mais atingidas pelas condições climáticas desfavoráveis. No primeiro caso, a estimativa para a produção total de soja caiu de 57,4 milhões de toneladas para 50,2 milhões de toneladas (foram 52 milhões de toneladas na safra passada). No caso do milho, devem ser produzidos 42,7 milhões de toneladas, contra 47,4 milhões de toneladas da safra passada.
O Estado mais prejudicado foi o Rio Grande do Sul, que, segundo a Conab, enfrenta a maior seca dos últimos 13 anos. A produção de soja da região deve ficar 4,1 milhões de toneladas abaixo da registrada na safra passada.
O excesso de chuvas no Nordeste, por sua vez, afetou as plantações de feijão. A produção total de feijão no país deve ficar em 3,2 milhões de toneladas, 338 mil toneladas a menos do que o estimado anteriormente pela Conab.
Mesmo com a quebra da safra, o presidente da Conab, Luís Carlos Guedes Pinto, diz que não deve haver problemas de abastecimento nem aumentos de preços. "Os preços da soja já estavam bons e melhoraram ainda mais neste ano", afirma. Para ele, como os preços já estavam altos, são pouco prováveis reajustes adicionais.
Além disso, diz Guedes Pinto, os produtores ainda possuem estoques da safra passada, que devem compensar a menor produção deste ano.
Por esse mesmo motivo, segundo ele, a quebra da safra não deve afetar a balança comercial. Isso porque, além da possibilidade de uso dos estoques, o aumento nos preços dos produtos agrícolas no mercado internacional deve ser suficiente para compensar uma eventual redução no volume das vendas para o exterior.


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