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GRÃOS
Produção será de 120 mi de toneladas com seca e chuva
Fatores climáticos devem reduzir safra em 2,5%, estima governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A seca ocorrida no Sul e as fortes chuvas no Centro-Oeste no
início deste ano devem provocar
uma quebra na safra de grãos, segundo projeções divulgadas ontem pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
De acordo com a Conab, a produção de grãos no país deve ficar
em 120,1 milhões de toneladas,
número 2,5% menor do que os
123,1 milhões de toneladas registrados na safra passada. Segundo
a instituição, a produção de grãos
poderia chegar a 133,8 milhões se
não fossem as variações do clima.
As culturas de soja e milho foram as mais atingidas pelas condições climáticas desfavoráveis.
No primeiro caso, a estimativa
para a produção total de soja caiu
de 57,4 milhões de toneladas para
50,2 milhões de toneladas (foram
52 milhões de toneladas na safra
passada). No caso do milho, devem ser produzidos 42,7 milhões
de toneladas, contra 47,4 milhões
de toneladas da safra passada.
O Estado mais prejudicado foi o
Rio Grande do Sul, que, segundo
a Conab, enfrenta a maior seca
dos últimos 13 anos. A produção
de soja da região deve ficar 4,1 milhões de toneladas abaixo da registrada na safra passada.
O excesso de chuvas no Nordeste, por sua vez, afetou as plantações de feijão. A produção total de
feijão no país deve ficar em 3,2
milhões de toneladas, 338 mil toneladas a menos do que o estimado anteriormente pela Conab.
Mesmo com a quebra da safra, o
presidente da Conab, Luís Carlos
Guedes Pinto, diz que não deve
haver problemas de abastecimento nem aumentos de preços. "Os
preços da soja já estavam bons e
melhoraram ainda mais neste
ano", afirma. Para ele, como os
preços já estavam altos, são pouco
prováveis reajustes adicionais.
Além disso, diz Guedes Pinto,
os produtores ainda possuem estoques da safra passada, que devem compensar a menor produção deste ano.
Por esse mesmo motivo, segundo ele, a quebra da safra não deve
afetar a balança comercial. Isso
porque, além da possibilidade de
uso dos estoques, o aumento nos
preços dos produtos agrícolas no
mercado internacional deve ser
suficiente para compensar uma
eventual redução no volume das
vendas para o exterior.
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