São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Concentração
A safra brasileira é muito concentrada em soja e milho, que representam 77% do volume total, e ambos estão com quebra. Com isso, a safra brasileira, prevista em fevereiro em 130,8 milhões de toneladas, deve ficar em 120 milhões de toneladas neste ano. Esse volume é 2,5% menor que o de 2003.

Conab confirma quebra
Após quatro anos de expansão, a safra brasileira de soja deverá quebrar em 2004. Dados divulgados ontem pela Conab mostram que a safra, estimada em 58,8 milhões de toneladas em dezembro, deverá ficar em apenas 50,2 milhões de toneladas.

Volume menor
As estimativas para o milho são de safra de 42,7 milhões de toneladas, inferior aos 47,4 milhões de 2003. A maior quebra fica para a safrinha, que será de 9,7 milhões de toneladas (24% a menos). Os produtores perderam o tempo ideal de plantio no Paraná e estão optando pelo trigo.

Bons destaques
Os números da Conab mostram que a safra de algodão deverá crescer 45,5%, subindo para 2 milhões de toneladas. A produção de arroz também dá um salto para 12,9 milhões de toneladas, 24% a mais do que em 2003. Até a safra de feijão, cujas estimativas não eram boas no início do ano, deve repetir os 3,2 milhões de toneladas de 2003.

Ainda recorde
Os dados da Conab confirmam também as previsões de boa safra para o trigo. Os dados indicam produção de 5,9 milhões de toneladas, volume igual ao recorde registrado no ano passado.

Retorno da Embrapa
De cada R$ 1 investido pela Embrapa em 2003, o retorno para os produtores foi de R$ 14. A avaliação utiliza métodos de organismos internacionais e considera a agregação de valor aos produtos, o aumento de produtividade, a redução dos custos de insumos e a ocupação de novas áreas.

Criação de empregos
As tecnologias desenvolvidas e transferidas à sociedade pela Embrapa e seus parceiros geraram uma renda adicional (ou economia) de R$ 11,6 bilhões em 2003, diz a empresa. Essas tecnologias permitiram a geração de 185 mil empregos, 43 mil na área de soja.

Cancelamento
Rumores de que a China cancelou a compra de 150 mil toneladas de soja do Brasil derrubaram ontem os preços em 0,7% em Chicago. No mercado interno, o produto foi beneficiado pela alta do dólar. "É difícil uma confirmação desse cancelamento, mas a queda nos prêmios pode indicar alguma coisa", diz um analista.

Preparando a defesa
"Vamos lutar pelos interesses dos agricultores norte-americanos." É o que promete o negociador dos EUA, Robert Zoellick, sobre o contencioso do algodão que terminou favorável ao Brasil, segundo informações extra-oficiais.

Algodão em queda
Os preços do algodão em pluma já acumulam queda de 7% neste mês no mercado interno. A queda se deve à maior oferta de fibra no Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Goiás, diz o Cepea.

E-mail:
mzafalon@ folhasp.com.br


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