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Argentina quer "comer Brasil pelas bordas", diz subsecretário
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Para tentar diminuir o déficit
comercial em relação ao Brasil,
a Argentina pretende se lançar
com mais força ao mercado vizinho e "comer o Brasil pelas
bordas", segundo palavras do
subsecretário de Comércio Internacional, Luis Kreckler.
A relação comercial favorável
ao Brasil é alvo de reclamações
de diversos setores econômicos
argentinos. Diante disso, o ministro das Relações Exteriores,
Jorge Taiana, teria orientado as
representações argentinas no
exterior a ampliar esforços para que a presença do país cresça
no mercado internacional, informou o jornal "La Nación".
O superávit brasileiro no comércio bilateral chegou a US$ 4
bilhões em 2007. Apesar de as
exportações argentinas ao Brasil terem crescido 29,3% em relação a 2006, a participação do
país no total de importações
brasileiras caiu 0,2%.
Para impedir o avanço das
exportações brasileiras, a Argentina decidiu impor restrições à entrada de produtos do
Brasil, como aparelhos de TV e
geladeiras.
Segundo estudo divulgado
ontem pela consultoria Investigações Econômicas Setoriais
(IES), a medida, porém, estaria
favorecendo os chineses.
Menos trigo
Se a Argentina busca aumentar suas exportações ao Brasil,
as vendas de trigo continuam
suspensas. Na semana passada,
governo e empresários brasileiros foram informados de que os
registros só voltarão ao normal
quando for resolvido um conflito entre o campo e o governo
que já dura sete semanas.
Segundo informações do
agregado agrícola americano
na Argentina, David Mergen, a
área cultivada com trigo em
território argentino deve ser
reduzida em ao menos 5% este
ano, o que representaria um
milhão de toneladas a menos
na hora da colheita.
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