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Reunião hoje pode definir reajuste dos combustíveis
Lula discute tema com ministros e o presidente da Petrobras
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne hoje com os
ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Dilma Rousseff
(Casa Civil) e Guido Mantega
(Fazenda), além do presidente
da Petrobras, José Sergio Gabrielli, para discutir o reajuste
no preço dos combustíveis.
No encontro, o governo deverá definir os percentuais e a
data de reajuste da gasolina e
do óleo diesel. O mercado aposta em um aumento dividido em
duas parcelas de aproximadamente 5% -uma até junho e
outra em dezembro. O objetivo
é tentar diluir o impacto na inflação até 2009.
O preço dos derivados de petróleo é liberado nas distribuidoras e postos, mas fixado pela
Petrobras nas refinarias. O último reajuste feito pela estatal
foi em setembro de 2005 (10%
para gasolina, 12% para o diesel). Naquela ocasião, o barril
de petróleo estava em aproximadamente US$ 60. Hoje, já
ultrapassou US$ 100.
Em tese, com a liberação do
mercado, em 2002, a Petrobras
deveria reajustar os preços dos
derivados vendidos no mercado interno de acordo com as variações do mercado internacional. Dessa forma, manteria o
seu preço sempre próximo ao
custo de importação de combustíveis, o que poderia vir a
permitir competição no setor.
A empresa, no entanto, vinha
mantendo um discurso no qual
dizia que a cotação no mercado
internacional refletia especulações e que não iria repassar esse tipo de oscilação de curto
prazo para o mercado interno.
Agora, com a intervenção política direta do governo, fica
clara outra preocupação: tentar
manter a inflação, já pressionada com a alta dos alimentos,
sob controle.
A gasolina representa quase
5% do IPCA. O impacto do aumento no diesel é menor, não
chega a 1% do IPCA, e, com isso,
a expectativa é que seja anunciado antes.
Pelos cálculos feitos por consultorias, o preço interno dos
derivados de petróleo está com
uma defasagem em relação ao
seu custo internacional de cerca de 20%. Não há expectativa
de que a Petrobras faça um reajuste dessa ordem.
As pistas de que haverá reajuste já foram dadas pelo próprio Lula. Na sexta, o presidente reconheceu que há uma defasagem grande nos preços.
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