JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso anuncia na próxima quarta-feira o início do pagamento das perdas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) provocadas por planos econômicos.
Para os trabalhadores que têm direito à correção de até R$ 1.000, o presidente informará que o pagamento será feito a partir do dia 10 de junho e de forma escalonada.
Ou seja, os trabalhadores receberão o dinheiro ao longo do mês segundo regras que ainda estão sendo definidas pela Caixa Econômica Federal. Segundo os cálculos do governo, 48,1 milhões de contas poderão ser corrigidas em junho.
Para receber o dinheiro, entretanto, o trabalhador precisa ter aderido ao acordo do governo para recebimento das perdas. O último balanço da CEF mostra que aproximadamente 15 milhões de pessoas assinaram o termo de adesão -o que representa 37,5 milhões de contas.

R$ 11,2 bilhões
Os trabalhadores que já sacaram o saldo das contas com direito à correção poderão retirar de imediato a diferença que será depositada agora. Os demais precisarão seguir as regras regulares de saque: demissão sem justa causa, aposentadoria, compra da casa própria e doenças graves (Aids e câncer).
A estimativa é que, dos R$ 11,2 bilhões que serão pagos em junho e julho, R$ 8 bilhões poderão ser sacados imediatamente. Os R$ 3,2 bilhões restantes serão depositados nas contas do FGTS de cada trabalhador.
Empresas que assinaram convênio com a CEF ainda poderão pagar com o salário de junho (depositado em julho, na maioria dos casos) a correção aos funcionários com direito a saque imediato. Até a semana passada, 30 mil empresas tinham firmado convênio.
As perdas provocadas pelos planos econômicos (Verão e Collor 1) estão avaliadas em R$ 41,4 bilhões. A dívida será paga parceladamente, sendo a última parte quitada somente em junho de 2007.



Texto Anterior: Trabalho: Brasil é o 2º do mundo em desemprego
Próximo Texto: Metade dos lares tem ao menos um sem trabalho
Índice