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GLP deverá ter mais concorrência
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo vai adotar medidas
para aumentar a concorrência no
setor de gás de cozinha com o objetivo de baixar os preços do produto. Além disso, os órgãos de defesa da concorrência pretendem
acelerar a apreciação dos casos de
cartelização envolvendo as revendas de gás e postos de gasolina.
De acordo com o secretário de
Acompanhamento Econômico,
José Tavares de Araújo Júnior, a
ANP (Agência Nacional do Petróleo) vai editar até o final de julho
duas portarias que vão consolidar
e simplificar a legislação relativa
ao gás de cozinha.
"Já identificamos inúmeras práticas anticompetitivas nas revendas e na distribuição. Boa parte
delas resulta de falhas de regulação que foram se acumulando
com o tempo", explicou.
Uma das medidas que deverá
ser adotada é a possibilidade das
revendas adquirirem os produtos
de várias distribuidoras e até de
terem um contato direto com a
Petrobras. Hoje as revendas fazem contratos de compra com
apenas uma distribuidora.
"Um revendedor pequeno pode
ser um distribuidor. Podemos reduzir o volume de capital necessário para isso. Não existe razão para a concentração", disse Araújo.
Segundo ele, as regras atuais são
fortes barreiras à entrada de novos competidores e impedem
uma estrutura mais eficiente.
O secretário explicou que a justificativa para muitas das barreiras atuais é a segurança do consumidor. Mas, diz, é possível combinar segurança com eficiência.
Sem fazer cálculos específicos, o
secretário acredita que existe
margem para redução dos preços
do gás de até R$ 10. Araújo disse
que há uma margem de lucro
grande nas distribuidoras.
Em relação aos processos sobre
cartelização nas revendas de gás e
gasolina, o secretário explicou
que os três órgãos de defesa da
concorrência (além da Secretaria
de Acompanhamento Econômico, que é do Ministério da Fazenda; a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e o
Conselho Administrativo de Defesa Econômica) tiveram uma
reunião e decidiram acelerar o
julgamento dos casos mais importantes até o final de agosto.
O cartel é uma combinação de
preços entre empresas para reduzir a concorrência entre elas, mas
com a garantia do lucro. A SDE
está analisando cerca de 180 casos
de cartel no setor.
Em junho, a Seae vai colocar na
internet os indicadores econômicos de setores selecionados. A
idéia é mostrar se há problemas
de concorrência ou não nesses setores.
As informações serão sobre
produção, exportação, importação, preços, margem de lucro, entre outras.
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