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Nicholas Brady elogia Lula, mas cobra reformas
JULIANNA SOFIA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-secretário do Tesouro dos
EUA Nicholas Brady elogiou o
presidente Lula, a quem chamou
de "político forte e pragmático", e
a condução da política econômica
brasileira, num discurso gravado
aos participantes do 1º Seminário
Internacional de Fundos de Pensão, no Rio.
Brady cobrou, porém, a aprovação das reformas e o fortalecimento do mercado de capitais.
Ele afirmou que o Brasil precisa
aumentar sua poupança interna.
"Hoje, é evidente que a economia brasileira está melhorando e
recebendo um forte apoio de investidores internacionais. Porém,
o Brasil precisa investir em reformas estruturais para se manter
numa trajetória sustentável a longo prazo", disse Brady, que hoje é
sócio de uma empresa de investimentos em emergentes.
O ex-secretário do Tesouro disse que ano passado deu um voto
de confiança a Lula, do qual não
se arrependeu: "A minha impressão naquela época era que sua expressiva vitória (...) proporcionaria o momento necessário para
uma mudança positiva. Tenho a
felicidade de afirmar que tínhamos razão em ser otimistas".
De acordo com Brady, a "mudança estrutural numa sociedade
complexa não é fácil". "Construir
democracia e mercados livres exige paciência, persistência e implica em optar por escolhas difíceis
que só líderes fortes [ao se referir a
Lula] podem fazer", afirmou, ao
ressaltar a importância das reformas.
Para ele, a reforma da Previdência é necessária para solucionar "o
desequilíbrio crônico" do orçamento. Afirmou que a reforma
fiscal irá "racionalizar a estrutura
tributária para as empresas".
Secretário do Tesouro americano durante o governo de Geoge
Bush (1988-1991), Brady foi responsável por trazer de volta vários países da América Latina,
abalados por moratórias, ao sistema financeiro internacional por
meio de um amplo programa de
reestruturação de dívidas.
A austeridade de Lula "está aumentando a confiança do investidor, transformando o país numa
oportunidade mais atraente para
investimentos, disse.
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