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São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2003

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Nicholas Brady elogia Lula, mas cobra reformas

JULIANNA SOFIA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-secretário do Tesouro dos EUA Nicholas Brady elogiou o presidente Lula, a quem chamou de "político forte e pragmático", e a condução da política econômica brasileira, num discurso gravado aos participantes do 1º Seminário Internacional de Fundos de Pensão, no Rio.
Brady cobrou, porém, a aprovação das reformas e o fortalecimento do mercado de capitais. Ele afirmou que o Brasil precisa aumentar sua poupança interna.
"Hoje, é evidente que a economia brasileira está melhorando e recebendo um forte apoio de investidores internacionais. Porém, o Brasil precisa investir em reformas estruturais para se manter numa trajetória sustentável a longo prazo", disse Brady, que hoje é sócio de uma empresa de investimentos em emergentes.
O ex-secretário do Tesouro disse que ano passado deu um voto de confiança a Lula, do qual não se arrependeu: "A minha impressão naquela época era que sua expressiva vitória (...) proporcionaria o momento necessário para uma mudança positiva. Tenho a felicidade de afirmar que tínhamos razão em ser otimistas".
De acordo com Brady, a "mudança estrutural numa sociedade complexa não é fácil". "Construir democracia e mercados livres exige paciência, persistência e implica em optar por escolhas difíceis que só líderes fortes [ao se referir a Lula] podem fazer", afirmou, ao ressaltar a importância das reformas.
Para ele, a reforma da Previdência é necessária para solucionar "o desequilíbrio crônico" do orçamento. Afirmou que a reforma fiscal irá "racionalizar a estrutura tributária para as empresas".
Secretário do Tesouro americano durante o governo de Geoge Bush (1988-1991), Brady foi responsável por trazer de volta vários países da América Latina, abalados por moratórias, ao sistema financeiro internacional por meio de um amplo programa de reestruturação de dívidas.
A austeridade de Lula "está aumentando a confiança do investidor, transformando o país numa oportunidade mais atraente para investimentos, disse.


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