São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 2006

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Com semana

Carregada,volatilidade pode voltar

Quarta saem a ata do Fed e os novos juros do Copom

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana terá uma carregada agenda de indicadores econômicos nacionais e estrangeiros, com força suficiente para trazer de volta volatilidade ao mercado financeiro global. Hoje o dia tende a ser mais calmo, com o feriado que irá fechar o mercado norte-americano.
Na quarta, o Fed (o banco central dos EUA) irá divulgar a ata da última reunião do Fomc (seu comitê de política monetária). O documento trará informações sobre os motivos que levaram o Fomc a elevar a taxa básica americana no último dia 10, de 4,75% para 5% anuais. Além disso, o documento pode conter sinais sobre o futuro da política monetária no país.
Nos Estados Unidos também serão conhecidos os dados de maio sobre emprego, na sexta-feira, que podem dar uma idéia de como anda o aquecimento da economia do país. Uma criação de postos de trabalho muito acima do esperado pode indicar que a economia está se aquecendo mais que o previsto, o que representa um risco maior de inflação.
Como são as incertezas em relação aos rumos dos juros nos EUA que têm agitado o mercado -e pressão inflacionária se combate com juros maiores-, os dados podem trazer desconforto aos investidores.
"Preocupações dos investidores em relação ao atual processo de ajuste da economia norte-americana provocaram forte volatilidade nos mercados mundiais na semana [passada]", diz Eduardo Kondo, analista da corretora Concórdia.
Na zona do euro, dados dos preços ao consumidor serão apresentados na quarta-feira. A expectativa é de que a taxa se mantenha no mesmo nível verificado em abril.
O Brasil terá na quarta-feira importantes eventos.
Pela manhã, será conhecido o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre do ano. E para o início da noite é esperada a divulgação da nova taxa básica de juros brasileira, a Selic.

Copom
O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) se reunirá entre amanhã e quarta para definir como fica a taxa Selic, que está em 15,75% anuais.
A maioria do mercado espera que a Selic seja reduzida para 15,25%.
Na semana passada, com a piora do mercado global, analistas e economistas chegaram a considerar a possibilidade de o Copom optar pela manutenção da taxa Selic -tese que perdeu força nos últimos dias da semana.
Na sexta-feira passada, as taxas dos contratos DI (Depósito Interfinanceiro, que mostram as projeções futuras para os juros) recuaram.
O DI mais negociado, que tem vencimento em janeiro de 2008, fechou na sexta na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) a 15,34%, contra 15,82% de quinta-feira.
A taxa do DI com resgate no próximo mês recuou de 15,40% para 15,34% anuais no pregão de sexta-feira.

Recuperação
A Bolsa de Valores de São Paulo, depois de registrar seu pior pregão do ano na segunda-feira, quando perdeu 3,28%, se recuperou nos outros dias. No acumulado da semana, o Ibovespa (principal índice da Bolsa, composto pelas 55 ações de maior liquidez), marcou 2,38% de alta.
Mas no mês a Bovespa ainda acumula desvalorização expressiva, de 4,30%.
A saída de investidores estrangeiros em maio foi a principal responsável pela queda da Bolsa. No mês, até o dia 24, as vendas de ações feitas pelos estrangeiros superavam as compras em R$ 1,19 bilhão.


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