TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Especialistas em crédito vêem com ceticismo a possibilidade de o Banco Central adotar medidas para conter a expansão dos empréstimos, que ainda têm muito a crescer no país.
Para o consultor Roberto Troster, ex-economista-chefe da Febraban, medidas horizontais que atinjam todo o sistema financeiro, como o aumento dos depósitos compulsórios e da tributação, só vão aumentar os custos dos empréstimos. Troster afirma que, se o Banco Central está preocupado com o aumento do risco assumido pelos bancos, deveria tomar medidas pontuais de análise de crédito.
"Tem de analisar operação por operação. Fazer o trabalho micro [econômico], que aqui no Brasil não é feito. O Banco Central faz macro-supervisões, mas tem de ver critérios de concessão de crédito banco a banco, ver taxa, fazer esse trabalho de fiscalização. É um trabalho que não foi feito nos EUA."
Já o economista Domingos Pandeló Júnior, professor do Ibmec-SP, afirma que a maior preocupação do Banco Central hoje com a expansão do crédito é com o aumento da inflação. Pandeló afirma que os bancos desenvolveram modelos competentes para a avaliação de risco de crédito, apesar de o sistema enfrentar limitações para aferir o grau de comprometimento de renda das pessoas com o pagamento de suas dívidas.


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