São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2008

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IPCA-15 se desacelera, mas preocupação com preços persiste

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO

Dois indicadores de inflação divulgados ontem -o IPCA-15 e o IPC da Fipe- reforçam a visão de analistas de que o quadro inflacionário no país pode ser considerado "grave".
Impulsionada novamente pela alta dos alimentos, a prévia do índice oficial de inflação, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15), ficou em 0,56% em maio, pouco abaixo da variação de abril, que foi de 0,59%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice acumulado em 12 meses, porém, está acima do centro da meta do governo, de 4,5%. Ficou em 5,25% no período encerrado neste mês.
Vários alimentos ficaram mais caros na coleta do IPCA-15 de maio, segundo o IBGE. É o caso do arroz, cujos preços subiram 11,94% no mês. Outro destaque foi o pão francês, que teve alta de 5,84%.
Já o IPC da Fipe -que mede a variação dos preços ao consumidor na capital paulista- avançou 1,08% na terceira semana de maio, também puxado por alimentos. O grupo registrou alta de 2,61%, o maior aumento desde a segunda semana de janeiro de 2003, quando o índice ficou em 2,65%.

Copom
"O quadro de inflação está muito mais grave do que há um ano. É uma hipótese bastante plausível que saia da meta", afirma Julio Gomes de Almeida, consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
A menos de uma semana para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), nos próximos dias 3 e 4, Almeida diz que a desaceleração do IPCA-15 em maio ao "menos não joga mais lenha na fogueira" para que o Banco Central promova uma elevação mais brusca dos juros, atualmente fixados em 11,75% ao ano. O Iedi conta com aumento de 0,5 ponto percentual na Selic.
De acordo com o economista da LCA Francisco Pessoa Faria, há um "quadro pior" de inflação, o que pode exigir pulso mais forte da autoridade monetária. "Nesse caso, torna-se preocupante, uma vez que pode ter um efeito negativo do ponto de vista do crescimento econômico", afirma.
(PAULO DE ARAUJO E PEDRO SOARES)


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