|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IPCA-15 se desacelera, mas preocupação com preços persiste
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
Dois indicadores de inflação
divulgados ontem -o IPCA-15
e o IPC da Fipe- reforçam a visão de analistas de que o quadro inflacionário no país pode
ser considerado "grave".
Impulsionada novamente
pela alta dos alimentos, a prévia
do índice oficial de inflação, o
IPCA-15 (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo - 15), ficou
em 0,56% em maio, pouco abaixo da variação de abril, que foi
de 0,59%, segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice
acumulado em 12 meses, porém, está acima do centro da
meta do governo, de 4,5%. Ficou em 5,25% no período encerrado neste mês.
Vários alimentos ficaram
mais caros na coleta do IPCA-15 de maio, segundo o IBGE. É
o caso do arroz, cujos preços subiram 11,94% no mês. Outro
destaque foi o pão francês, que
teve alta de 5,84%.
Já o IPC da Fipe -que mede
a variação dos preços ao consumidor na capital paulista-
avançou 1,08% na terceira semana de maio, também puxado
por alimentos. O grupo registrou alta de 2,61%, o maior aumento desde a segunda semana
de janeiro de 2003, quando o
índice ficou em 2,65%.
Copom
"O quadro de inflação está
muito mais grave do que há um
ano. É uma hipótese bastante
plausível que saia da meta",
afirma Julio Gomes de Almeida, consultor do Iedi (Instituto
de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
A menos de uma semana para a próxima reunião do Copom
(Comitê de Política Monetária), nos próximos dias 3 e 4, Almeida diz que a desaceleração
do IPCA-15 em maio ao "menos
não joga mais lenha na fogueira" para que o Banco Central
promova uma elevação mais
brusca dos juros, atualmente fixados em 11,75% ao ano. O Iedi
conta com aumento de 0,5 ponto percentual na Selic.
De acordo com o economista
da LCA Francisco Pessoa Faria,
há um "quadro pior" de inflação, o que pode exigir pulso
mais forte da autoridade monetária. "Nesse caso, torna-se
preocupante, uma vez que pode
ter um efeito negativo do ponto
de vista do crescimento econômico", afirma.
(PAULO DE ARAUJO E PEDRO SOARES)
Texto Anterior: Tributação: Senado aprova MP que eleva CSLL de bancos Próximo Texto: Paulo Nogueira Batista Jr.: A turma da bufunfa e o déficit externo Índice
|