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Queda do dólar eleva a dívida pública em abril
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A queda do dólar ocorrida
no mês passado provocou
aumento de R$ 23 bilhões na
dívida pública, segundo dados divulgados ontem pelo
Banco Central. O maior endividamento reflete o efeito
negativo da valorização do
real sobre as reservas do governo em moeda estrangeira.
No final de abril, o endividamento sob responsabilidade do setor público somava
R$ 1,125 trilhão, ou 38,4% do
PIB brasileiro. Um mês antes, a relação entre dívida e
PIB estava em 37,6%.
O dólar mais barato afeta
negativamente a dívida pública devido à maneira como
são contabilizadas as reservas internacionais do governo. Ao fazer as contas, o BC
desconta do valor bruto da
dívida as aplicações financeiras mantidas pelo setor público (o que inclui reservas).
Como os recursos das reservas são aplicados em
moedas estrangeiras, seu saldo é convertido para reais ao
fim do mês, para que possa
ser incluído no cálculo da dívida. Logo, quanto mais valorizado o câmbio, menor o valor, em reais, das reservas.
Ainda assim, o chefe do
Departamento Econômico
do BC, Altamir Lopes, diz
que o impacto do câmbio sobre a dívida pública não chega a preocupar porque é
compensado, em parte, pelo
esforço fiscal do governo.
No mês passado, o setor
público economizou R$ 12,5
bilhões para abater parte da
dívida, levando o superávit
primário acumulado de janeiro a abril para R$ 33,403
bilhões, 46% menos que o do
mesmo período de 2008.
Para a economista Fernanda Feil, da consultoria
Rosenberg Associados, o recuo no superávit primário
reflete tanto a queda na arrecadação de tributos, causada
pela desaceleração da economia, quanto o aumento dos
gastos públicos nos últimos
anos. Mas ela ressalta que a
queda na taxa Selic ajuda a
compensar o impacto sobre
os indicadores fiscais e faz
com que o atual superávit
primário seja o necessário
para a estabilidade da dívida.
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