São Paulo, sexta-feira, 29 de maio de 2009

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Queda do dólar eleva a dívida pública em abril

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A queda do dólar ocorrida no mês passado provocou aumento de R$ 23 bilhões na dívida pública, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. O maior endividamento reflete o efeito negativo da valorização do real sobre as reservas do governo em moeda estrangeira.
No final de abril, o endividamento sob responsabilidade do setor público somava R$ 1,125 trilhão, ou 38,4% do PIB brasileiro. Um mês antes, a relação entre dívida e PIB estava em 37,6%.
O dólar mais barato afeta negativamente a dívida pública devido à maneira como são contabilizadas as reservas internacionais do governo. Ao fazer as contas, o BC desconta do valor bruto da dívida as aplicações financeiras mantidas pelo setor público (o que inclui reservas).
Como os recursos das reservas são aplicados em moedas estrangeiras, seu saldo é convertido para reais ao fim do mês, para que possa ser incluído no cálculo da dívida. Logo, quanto mais valorizado o câmbio, menor o valor, em reais, das reservas.
Ainda assim, o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz que o impacto do câmbio sobre a dívida pública não chega a preocupar porque é compensado, em parte, pelo esforço fiscal do governo.
No mês passado, o setor público economizou R$ 12,5 bilhões para abater parte da dívida, levando o superávit primário acumulado de janeiro a abril para R$ 33,403 bilhões, 46% menos que o do mesmo período de 2008.
Para a economista Fernanda Feil, da consultoria Rosenberg Associados, o recuo no superávit primário reflete tanto a queda na arrecadação de tributos, causada pela desaceleração da economia, quanto o aumento dos gastos públicos nos últimos anos. Mas ela ressalta que a queda na taxa Selic ajuda a compensar o impacto sobre os indicadores fiscais e faz com que o atual superávit primário seja o necessário para a estabilidade da dívida.


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