da Reportagem Local

Os C-Bonds, títulos da dívida brasileira mais comercializados no exterior, registraram alta de 2,12% ontem.
Eles fecharam o dia cotados em 63,312% do valor de face. Os C-Bonds são uma espécie de termômetro da credibilidade do país no exterior.
Eles são negociados em dólares e somente fora do país. Quanto maior o deságio, menor a credibilidade do Brasil no exterior.
Anteontem, depois de dois dias de alta, os C-Bonds haviam caído 3,69%. Os investidores fugiram dos títulos brasileiros e correram para a segurança dos T-Bonds (títulos norte-americanos), com 30 anos de vencimento.
O mercado norte-americano esperava um aumento na taxa de juros do país e, como consequência, uma remuneração maior dos títulos. Ontem, ajudada pela alta na Bolsa de Nova York, essa percepção mudou.
Os investidores nos EUA acharam que a pressão inflacionária deve diminuir, que os juros não irão aumentar e voltaram a procurar títulos de dívidas de países emergentes.
Apesar de serem mais arriscados, eles pagam melhor. Os T-Bonds têm rendimento médio de 5,8% ao ano. Os C-Bonds pagam juros de cerca de 13%.
A valorização dos C-Bonds ajudou o mercado de câmbio no Brasil, que estava enfraquecido pela ausência de investidores estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo e pelo vencimento de dívidas de bancos no exterior.
O dólar comercial oscilou muito durante o dia, mas fechou em queda de 0,12%, cotado a R$ 1,719 para venda.
A mínima registrada foi de R$ 1,712. A máxima, de R$ 1,739.
O dólar futuro também registrou pequena variação. Para junho (vencimento de contratos em julho), a moeda ficou em R$ 1,748, queda de apenas 0,02%.
O mercado futuro apresentou grande volume de negócios, movimentando cerca de R$ 6,4 bilhões.
Os contratos futuros de maio vencem na terça-feira. A remuneração será determinada pela média do BC apurada na segunda.
Houve uma intensificação nas apostas de como ficará o dólar na segunda.
O dólar médio registrado pelo BC fechou em alta de 1,02%, ontem, cotado em R$ 1,7311.
(MARCELO DIEGO)

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