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TELEFONIA
Reajuste de teles custa R$ 104 mi a consumidores
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A decisão da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações)
de aplicar o aumento nas tarifas
da telefonia fixa de uma só vez em
julho vai custar para os consumidores R$ 103,9 milhões a mais até
junho do ano que vem em comparação com o parcelamento pedido pelas concessionárias.
Estudo feito pela agência, obtido com exclusividade pela Folha,
mostra que os técnicos fizeram
projeções de longo prazo para
justificar o reajuste integral agora.
Ou seja, demoraria dois anos para
que o consumidor começasse a
ter alguma vantagem em relação à
proposta de parcelamento do reajuste das tarifas.
Em números: a receita mensal
das concessionárias a partir de julho será de R$ 862 milhões com o
aumento concedido. Se fosse aplicado um índice menor, próximo
de 17% em média, como queria
inicialmente o governo, o cofre
das empresas receberiam R$ 807
milhões até novembro e R$ 886,5
milhões de dezembro em diante,
quando seria aplicada a diferença
de cerca de 11%.
Na quinta-feira, após pressões
do Ministério da Comunicações
para que o reajuste não fosse concedido agora, a Anatel autorizou
um aumento em parcela única de
25%, em média, para assinatura
residencial e pulso e 41,7% para a
habilitação e assinatura não-residencial. O aumento médio das tarifas ficou em 28,75%.
Após meses de negociação com
o governo, as empresas chegaram
a concordar com o parcelamento,
mas como não tiveram atendidas
suas reivindicações de contrapartidas (redução de metas a serem
cumpridas, por exemplo), o acordo não foi fechado.
Fracassadas as negociações para o parcelamento, o governo pediu e obteve das empresas o compromisso de não aplicar o reajuste
máximo -de 41,75% e baseado
na variação acumulada do IGP-DI nos últimos 12 meses- sobre
a assinatura residencial, como
aconteceu nos últimos anos.
Um aumento maior para assinatura residencial, que é paga
mesmo que o telefone não seja
usado, teria um peso maior na inflação. Após o pedido do governo,
as empresas aplicaram o maior
reajuste na tarifa de habilitação e
na assinatura não-residencial.
O estudo obtido pela Folha
mostra que o consumidor sairia
ganhando apenas no acumulado
de dois anos. Em junho de 2004,
seriam economizados R$ 188 milhões quando se compara a receita das empresas com o eventual
parcelamento. Faltou à Anatel,
porém, contabilizar o reajuste que
será aplicado a partir de junho de
2004. Naquele mês, será aplicado
um aumento com base no IGP-DI
acumulado dos últimos 12 meses
menos 1% de produtividade.
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