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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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Expansão pífia espanta novos empregos

DA REPORTAGEM LOCAL

Embora melhores que o pífio crescimento de 1,5% em 2002 que deve se repetir esse ano, taxas de expansão do PIB de 2% a 3% são muito baixas para as necessidades de geração de emprego, redução de pobreza e distribuição de renda do Brasil.
Cálculos atualizados do economista Marcelo Neri, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), mostram que o país teria de crescer anualmente 5% por cinco anos consecutivos para que a quantidade de indigentes caísse dos atuais 28,7% para 23,6% da população total.
O baixo PIB potencial ameaça comprometer também a popularidade do atual governo que se elegeu enfatizando a necessidade da criação de 10 milhões de novos postos de trabalho em quatro anos, o que, pelas contas da própria equipe petista, implica crescimento de 5% anuais, entre outras coisas.
Um PIB potencial de 2% a 3% não significa que o país não poderá crescer mais do que isso durante um ou dois anos. Mas indica que, se isso ocorrer, a demanda estará muito acima da produção e, portanto, ocorrerão pressões inflacionárias.
Existem vários métodos para o cálculo do PIB potencial. Um dos mais tradicionais (usado por Tito Nícias Teixeira) leva em conta a taxa de crescimento dos investimentos, a quantidade da mão-de-obra empregada e a produtividade desses fatores. Com isso, infere-se a capacidade de crescimento do PIB no médio prazo.
Outro método (usado por Joel Bogdanski) analisa dados trimestrais passados do PIB, elimina as oscilações causadas por efeitos sazonais e conclui qual a tendência de expansão da economia no curto prazo. (EF)


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