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NEGÓCIOS
Arcelor, maior produtora de aço do mundo, adquire a participação da Vale do Rio Doce na siderúrgica por US$ 578,5 mi
Europeus assumem o comando da CST
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Vale do Rio Doce anunciou
ontem a venda de sua participação na CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) para a Arcelor,
maior produtora de aço do mundo, por US$ 578,5 milhões. O negócio dará ao grupo europeu o
controle da CST, com 64,72% do
capital votante da empresa e
61,77% do capital total.
Segundo analistas, a compra do
controle pelos europeus dará fôlego financeiro à CST para prosseguir sua expansão e a competição
com Usiminas, Cosipa e CSN no
setor de aços planos, no qual entrou no ano de 2002, investindo
US$ 450 milhões.
No Brasil, a Arcelor já controla a
Belgo Mineira, na qual detém
60% das ações ordinárias, e a Vega Sul, com 75%. Também tem
participações na Acesita (38,94%
das ordinárias) e até agora detinha 24,9% do capital votante da
CST por meio de participações diretas e indiretas.
Ao anunciar ontem, em sua sede em Luxemburgo, o acordo firmado com a Vale, a direção da
Arcelor afirmou que "as participações no Brasil representam
uma parte fundamental da estratégia da empresa para manter sua
competitividade global".
Segundo o presidente do grupo
europeu, Guy Dolle, depois de fechado o acordo para assumir o
controle da CST, a Arcelor deverá
focar sua expansão em outros países. "As palavras mágicas são Brasil, Rússia, China e Índia", afirmou Dolle.
A CST é a terceira maior produtora brasileira de aço bruto, com
capacidade para 4,81 milhões de
toneladas anuais. A empresa está
investindo US$ 600 milhões para
expandir sua capacidade de produção para 7 milhões de toneladas/ano até 2006.
"Esse projeto não sairia sem o
apoio da Arcelor, que já tinha participação relevante no capital da
CST", diz Germano Mendes de
Paula, professor da Universidade
Federal de Uberlândia, especialista em siderurgia.
Para o economista, a aquisição
do controle da CST está vinculada
à entrada da Arcelor no país, em
1997, quando adquiriu parte da
Acesita, que era acionista relevante da CST. "Esse é um movimento
iniciado lá atrás e mostra que ela
veio para ficar", diz o professor.
Na época, o grupo já deixava claro
que queria ser líder em aços planos e aços especiais.
Mercado
Para os analistas, a compra do
controle da CST pelo grupo europeu não deverá causar grandes
mudanças no mercado. "A principal mudança ocorreu em 2002 e
foi, sem dúvida, influenciada pela
Arcelor: a entrada da CST no setor
de aços planos, de maior valor
agregado, competindo com Usiminas, Cosipa e CSN", diz Germano Mendes de Paula.
Até 2002 a CST fazia apenas
produtos semi-acabados (placas),
exportando 95% do total. Naquele ano começou a agregar valor a
seus produtos, inaugurando a laminação de bobinas a quente. Esse produto pode ser vendido no
mercado ou transformado em bobinas laminadas a frio, aço galvanizado e folha-de-flandres.
O maior cliente da CST nesse
produto é a Vega Sul, localizada
em São Francisco do Sul (SC).
Inaugurada no ano passado, a
empresa é controlada pela própria Arcelor (75% do capital) e
tem a CST como sócia (25%). A
Vega Sul complementa a linha de
produtos siderúrgicos da CST fabricando aço laminado a frio e
chapas galvanizadas vendidas à
indústria automobilística.
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