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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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CRÉDITO

Mantega vê condições macroeconômicas para corte

Compulsório sobre os depósitos pode ter redução já, diz ministro

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, sustentou ontem que há condições macroeconômicas para a redução do compulsório sobre os depósitos bancários à vista.
No mesmo evento no qual o ministro fez as declarações, a queda dos compulsórios foi defendida pelas direções da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
"Na minha modesta opinião há condições para uma redução. É preciso ver qual é o sentimento do pessoal do Banco Central. Eles têm lá suas equações mais precisas", comentou. Para completar: "Mas existem bases para que a política monetária de modo geral seja mais favorável ao crescimento econômico do país".
Desde fevereiro, o compulsório sobre os depósitos à vista está em 68%. Com menos recursos para emprestar, os bancos cobram mais pelos financiamentos.
Durante sua apresentação em seminário sobre crescimento econômico, o ministro já citara que, além de marcos regulatórios (em setores como o energético), votação e implementação da Lei de Falências e diminuição da dependência externa (via aumento de poupança interna e exportações), seria necessário uma política monetária ""menos rígida, que permita a redução dos custos de financiamento".

Redirecionar recursos
Mais duro foi o presidente da Febraban, Gabriel Jorge Ferreira. ""O redirecionamento para a iniciativa privada dos recursos que hoje são absorvidos pelo Estado, via tributos, recolhimentos compulsórios e endividamento, é indispensável para o crescimento da economia."
Ferreira afirmou ser ""impossível expandir empréstimos bancários a custos competitivos, mantendo-se taxas de juros, compulsório e carga tributária sobre intermediação financeira em patamares muito superiores aos praticados em outros países".
As afirmações do deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), presidente da CNI, coincidiram com as do representante do setor bancário na defesa da redução da carga fiscal sobre a intermediação financeira. A grita dos bancos, nesse caso, agora defendida pela indústria, diz respeito à elevação da alíquota da Cofins recolhida pelas instituições, de 3% para 4% -e repassada aos tomadores.

Boatos
Horas depois, em evento no Secovi-SP (sindicato de imobiliárias e construtoras), o presidente do BC, Henrique Meirelles, se recusou a comentar a possível redução dos compulsórios nesta semana.
No domingo, a Folha publicou que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, pediu a Meirelles que baixasse o compulsório. Se confirmada, a redução ocorrerá uma semana depois de o BC ter reduzido em 1,5 ponto percentual a taxa de juros básicos da economia -de 26% para 24,5%.
"O BC não faz previsões nem indicações sobre futuras decisões. E tampouco comenta boatos de mercado", limitou-se a responder Meirelles. (JOSÉ ALAN DIAS)


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