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CRÉDITO
Mantega vê condições macroeconômicas para corte
Compulsório sobre os depósitos pode ter redução já, diz ministro
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, sustentou ontem
que há condições macroeconômicas para a redução do compulsório sobre os depósitos bancários à
vista.
No mesmo evento no qual o ministro fez as declarações, a queda
dos compulsórios foi defendida
pelas direções da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) e da
CNI (Confederação Nacional da
Indústria).
"Na minha modesta opinião há condições para uma redução. É
preciso ver qual é o sentimento do
pessoal do Banco Central. Eles
têm lá suas equações mais precisas", comentou. Para completar:
"Mas existem bases para que a
política monetária de modo geral
seja mais favorável ao crescimento econômico do país".
Desde fevereiro, o compulsório
sobre os depósitos à vista está em
68%. Com menos recursos para
emprestar, os bancos cobram
mais pelos financiamentos.
Durante sua apresentação em
seminário sobre crescimento econômico, o ministro já citara que,
além de marcos regulatórios (em
setores como o energético), votação e implementação da Lei de
Falências e diminuição da dependência externa (via aumento de
poupança interna e exportações),
seria necessário uma política monetária ""menos rígida, que permita a redução dos custos de financiamento".
Redirecionar recursos
Mais duro foi o presidente da
Febraban, Gabriel Jorge Ferreira.
""O redirecionamento para a iniciativa privada dos recursos que
hoje são absorvidos pelo Estado,
via tributos, recolhimentos compulsórios e endividamento, é indispensável para o crescimento
da economia."
Ferreira afirmou ser ""impossível expandir empréstimos bancários a custos competitivos, mantendo-se taxas de juros, compulsório e carga tributária sobre intermediação financeira em patamares muito superiores aos praticados em outros países".
As afirmações do deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE),
presidente da CNI, coincidiram
com as do representante do setor
bancário na defesa da redução da
carga fiscal sobre a intermediação
financeira. A grita dos bancos,
nesse caso, agora defendida pela
indústria, diz respeito à elevação
da alíquota da Cofins recolhida
pelas instituições, de 3% para 4%
-e repassada aos tomadores.
Boatos
Horas depois, em evento no Secovi-SP (sindicato de imobiliárias
e construtoras), o presidente do
BC, Henrique Meirelles, se recusou a comentar a possível redução
dos compulsórios nesta semana.
No domingo, a Folha publicou
que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, pediu a Meirelles que baixasse o compulsório.
Se confirmada, a redução ocorrerá uma semana depois de o BC ter
reduzido em 1,5 ponto percentual
a taxa de juros básicos da economia -de 26% para 24,5%.
"O BC não faz previsões nem indicações sobre futuras decisões. E
tampouco comenta boatos de
mercado", limitou-se a responder
Meirelles.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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