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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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Corte no juro não foi conservador, diz BC

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem que o Copom não agiu de forma conservadora ao reduzir em 1,5 ponto percentual as taxas de juros na semana passada. Foi uma resposta às críticas de setores produtivos, como a CNI e a Fiesp, que sustentaram haver margem para um corte maior na taxa básica.
""Por trás da queda gradativa dos juros não estão insegurança, timidez, excesso de conservadorismo ou cautela. Trata-se apenas do reflexo de uma assimetria natural entre a velocidade de um choque e o ritmo de reversão da política monetária à posição de equilíbrio", disse no Secovi-SP.
O choque a que Meirelles se refere é a disparada da inflação, a partir do segundo semestre do ano passado, provocada em grande parte pelos efeitos da valorização do dólar sobre os custos de insumos e serviços com preços atrelados à moeda norte-americana.
Ainda de acordo com Meirelles, a política de redução gradual de juros será mantida. ""A inversão dos instrumentos de política monetária deve ser gradativa. Esse procedimento é solidamente fundamentado na teoria econômica e consagrada na prática dos melhores bancos centrais", disse.

Escolha
Em seu discurso, ele defendeu o caminho adotado no "processo de desinflação". "Não há dúvida de que teria sido possível escolher um ritmo mais rápido [de aumento dos juros], que teria causado um impacto mais agudo sobre o nível de atividade, ou um ritmo mais lento de desinflação, que teria impacto menor, mas mais prolongado. A escolha recaiu sobre um meio-termo", afirmou.
Segundo ele, foi "justamente a política monetária que permitiu debelar o risco de descontrole inflacionário" que havia na virada do ano. "Essa é uma vitória que está se consolidando", afirmou.
"Estamos criando condições para o crescimento sustentável, a criação de empregos e a inclusão social. Não visamos os próximos meses, e sim a próxima década. Seremos julgados não pela justa ansiedade da semana, mas pela história", disse. (JAD)


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