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ATAQUE REGIONAL
Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Chile e Peru pretendem erradicar a doença até 2009
Vizinhos lançam plano contra febre aftosa
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os governos da Argentina, do
Brasil, da Bolívia, do Paraguai, do
Uruguai, do Chile e do Peru lançaram um plano de combate à febre aftosa.
A preparação de uma campanha sul-americana de vacinação
dos rebanhos -ainda sem data
definida para início- está entre
os principais pontos do plano.
Caberá ao CVP (Conselho Veterinário Permanente), que reúne
as autoridades sanitárias de todos
os países, em conjunto com o serviço sanitário do Peru, a fiscalização da campanha. A intenção das
autoridades é financiar a iniciativa com recursos de organismos
internacionais.
Outro ponto acordado entre os
países participantes: erradicar a
doença até 2009. Para isso, os governos dos países pretendem aumentar o intercâmbio científico
entre os técnicos sul-americanos.
As decisões foram tomadas no
último final de semana durante
um encontro na Bolívia. A reunião também contou com a participação de representantes do Panaftosa (Centro Pan-Americano
de Febre Aftosa).
A reunião serviu ainda para desenhar as diretrizes para a harmonização das políticas de defesa sanitária desses países. O primeiro
passo é a criação do Conselho
Agropecuário do Sul.
Novos casos
O encontro foi convocado em
regime de urgência após a confirmação do surgimento de casos da
doença no Paraguai e na Bolívia.
Recentemente, o governo boliviano declarou estado de emergência nacional depois da descoberta de aftosa nas comunidades
de Monteagudo (Departamento
de Chuquisaca) e Betanzos (Departamento de Potosí).
Situadas na bacia do rio Prata,
as regiões estão localizadas a 3 km
da fronteira com a Argentina e a 7
km da fronteira com o Paraguai.
No Paraguai, as autoridades sanitárias detectaram, no começo
deste mês, o surgimento de 15 casos de aftosa em Pozo Hondo
(cerca de 700 km ao norte de Assunção).
Atualmente, o Brasil tem 82%
de seu rebanho -de 183 milhões
de cabeças- livres da doença.
Santa Catarina é o único Estado
declarado pela OIE (Organização
Internacional de Epizootias) como zona livre sem vacinação.
Nos demais Estados, neste ano,
o Ministério da Agricultura iniciou a vacinação dos rebanhos. A
campanha de vacinação, que integra o Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa do ministério, prevê a eliminação da doença em todo o território nacional
até dezembro de 2005. Ao todo,
serão vacinados animais de 13 Estados.
A febre aftosa tem sido a principal barreira sanitária para as exportações de carnes brasileiras.
Em 2002, em decorrência do surgimento de focos da doença no
Paraguai -na divisa com Mato
Grosso-, Chile e União Européia
suspenderam as importações de
carne do Estado.
Embargos mútuos
Para tentar impedir o avanço da
doença, os países da região têm
adotado uma estratégia de embargos mútuos. Há duas semanas,
o governo brasileiro suspendeu a
importação de carne maturada e
desossada do Paraguai.
A Bolívia interrompeu por 90
dias as importações de gado provenientes do Paraguai e da Argentina.
A Argentina adotou a mesma
medida e resolveu suspender o intercâmbio comercial de gado com
a Bolívia e o Paraguai.
A Argentina foi declarada área
livre de aftosa pela OIE no dia 10
deste mês. O certificado foi obtido
após uma intensa campanha de
vacinação no país.
Já o Chile, que participa da reunião na condição de país observador, é o único dos participantes
que obteve a certificação de zona
livre de aftosa sem implementar
campanhas de vacinação.
Na semana passada, o Peru,
que, ao lado do Chile, participou
da reunião como país observador,
anunciou a interrupção por 180
dias das importações da Bolívia,
do Equador e do Paraguai.
O embargo inclui carne "in natura" e resfriada e todos os subprodutos, como couros e sêmen.
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