São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Internacionalizar é tendência, dizem analistas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A onda de investimentos de empresas brasileiras no exterior, que atingiu US$ 8,579 bilhões no primeiro semestre deste ano, é uma tendência que veio para ficar, dizem economistas consultados pela Folha.
O pesquisador Alvaro Cyrino, da Fundação Dom Cabral, disse que a internacionalização é uma mudança de cultura das empresas brasileiras, que deixaram de ser apenas exportadoras e passaram a investir no exterior. "Com a estagnação do mercado brasileiro na década de 90, elas precisaram buscar outros mercados."
A valorização do real tem impulsionado esse processo, disse o economista Leonardo Miceli, da consultoria Tendências. Segundo ele, esse movimento se acelerou com a perda de valor de mercado das empresas estrangeiras em razão da crise financeira norte-americana, que gerou oportunidades de aquisição de ativos estrangeiros a preços menores.
Para Evaldo Alves, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), há uma reorganização da economia mundial, que dará mais força não apenas aos países emergentes mas também a suas empresas.
O economista Antonio Corrêa de Lacerda diz que a internacionalização empresarial envolve a necessidade de sobrevivência no mercado e a busca por vantagens competitivas.
Segundo ele, setores como siderurgia, petróleo e papel e celulose são tão competitivos que, se a empresa não se expandir, será comprada por concorrentes. Para ele, esse é o caso da Gerdau e da Vale, líderes no ranking de 2007 das empresas mais internacionais da Fundação Dom Cabral.
Empresas de outros setores, como o calçadista e o de alimentos, buscam acesso a novos mercados consumidores, uma nova base para exportações e melhores condições tributárias e de crédito ao instalar unidades no exterior, diz o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves.
O líder de investimentos no exterior no primeiro semestre foi o setor financeiro. Para Gonçalves, os bancos brasileiros estão capitalizados com os aumentos do crédito e da taxa básica de juros. "Eles precisam se internacionalizar. Quem não consegue operar no exterior perde acesso." (MARINA GAZZONI)


Texto Anterior: Déficit externo atinge US$ 17 bi no 1º semestre
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.