São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

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MP vai criar secretaria para manter Appy na Fazenda

Atual secretário de Política Econômica é remanescente da equipe de Palocci

Mudança no Ministério da Fazenda abre espaço para Nelson Barbosa assumir formulação da política econômica

JULIANA ROCHA
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar da determinação de reduzir o número de medidas provisórias enviadas ao Congresso, o presidente Lula deve editar MP até o fim desta semana para manter na Fazenda um remanescente da equipe de Antonio Palocci. A mesma MP irá transformar a Secretaria da Pesca em ministério.
Para não demitir Bernard Appy, autor da última proposta de reforma tributária e ex-assessor do PT, o Ministério da Fazenda propôs ao presidente a criação da Secretaria Extraordinária de Reformas Institucionais, que vai abrigar mais seis técnicos com salários entre R$ 8.400 e R$ 2.518,42.
O texto ainda não saiu no "Diário Oficial" da União porque o Planalto estuda a possibilidade jurídica de fazer as mudanças por projeto de lei, embora na Fazenda seja dada como certa a edição da MP. A Folha apurou que o clima no Congresso não é favorável para o envio de um projeto de lei para criar novos cargos. A Fazenda também defende a edição de MP para agilizar o processo e acabar com o clima de insegurança entre as equipes que temem ficar desempregadas.
Oficialmente, a saída de Appy da Secretaria de Política Econômica da Fazenda foi um pedido do próprio economista, que gostaria de voltar a trabalhar em São Paulo. Mas, com a criação da secretaria, instalada fisicamente no prédio do ministério em Brasília, Appy vai continuar na capital federal.
A saída de Appy abre espaço para o atual secretário de Acompanhamento Econômico, Nelson Barbosa, assumir o posto que ele já exerce na prática. Desde que chegou à Fazenda, em 2006, Barbosa auxilia o ministro Guido Mantega na formulação de políticas macroeconômicas, além de fazer análises de conjuntura. Ele foi também um dos principais idealizadores do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Diferentemente de Appy, Barbosa é um dos assessores mais próximos de Mantega. Professor licenciado da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ele foi assessor da presidência do BNDES e chefe-adjunto da assessoria econômica do Planejamento, ambos sob a gestão de Mantega. Durante a formulação do PAC, ele ganhou o apoio também da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A criação de seis cargos na nova secretaria extraordinária do Ministério da Fazenda vai acolher os assessores de Appy que Barbosa não pretende manter. Ele levará para a Secretaria de Política Econômica parte da sua atual equipe.
Outros economistas da Secretaria de Acompanhamento Econômico serão mantidos nos atuais cargos para dar suporte ao secretário interino, Antônio Henrique da Silveira. Mantega ainda não decidiu se vai efetivá-lo no posto, o que é o desejo de Barbosa.
Procurado pela Folha, Appy não foi encontrado. Segundo a assessoria da Fazenda, ele está de férias até amanhã.


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