São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

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Paralisação da obra onera tarifa de Angra 3

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O repasse de custos provocados pela paralisação por mais de 20 anos das obras de Angra 3 podem "onerar de forma injusta e excessiva" a tarifa da usina nuclear, segundo Antonio Muller, presidente da Abdan (Associação Nacional para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares).
Pelos cálculos da entidade, 61% dos custos totais da usina foram acumulados enquanto o projeto ficou parado. O investimento previsto para a conclusão da obra é de R$ 7,2 bilhões.
As despesas com a paralisação do projeto, diz a Abdan, foram levadas em conta no estudo preliminar realizado pelo governo, que apontou uma tarifa de referência de R$ 140 por MW/h para a energia de Angra 3.
Apesar desse indicativo, o governo não bateu o martelo ainda sobre a tarifa. O Ministério de Minas e Energia informou que um grupo -composto também por EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e Eletronuclear- avalia ainda a questão e que não há definição sobre o teto tarifário da energia que será gerada pela usina nuclear.
"Caro é ficar sem energia e Angra 3 reduz sensivelmente o risco de apagão, mas, mesmo assim, o consumidor não pode pagar pelo erro estratégico de governos passados", diz Muller.
Segundo ele, só com a manutenção e armazenagem dos equipamentos já comprados o gasto anual chega a US$ 20 milhões. "Sem a paralisação do projetos, o custo da energia de Angra 3 seria muito mais competitivo."


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