São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsa tenta recuperação, mas fecha em baixa de 0,6%

Queda da Bovespa desde o pico de maio alcança 22,6%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa bem que tentou. Mas não conseguiu escapar do clima pessimista externo e terminou as operações de ontem com desvalorização de 0,58%, aos 56.869 pontos, seu menor patamar em seis meses.
Na manhã de ontem, a Bolsa chegou a alcançar ganhos de 1,71%, em muito puxada pelas ações da Petrobras. Porém, o mercado norte-americano voltou a ter um dia bastante negativo e a Bovespa não se sustentou em alta. Desde seu pico, em 20 de maio, a Bolsa sofreu perda acumulada de 22,6%. No mês, a baixa está em 12,53%.
A cautela dos investidores em relação ao mercado acionário fez com que ontem fossem movimentados apenas R$ 3,99 bilhões -a média diária do ano é de R$ 6,15 bilhões.
A liquidação de ações brasileiras por investidores estrangeiros segue como um dos principais empecilhos à recuperação da Bovespa. Responsáveis por 35% das operações feitas no mercado local, os estrangeiros aceleraram as vendas de ações em junho, quando houve saída líquida de R$ 7,41 bilhões em capital externo -o pior resultado mensal da história.
Neste mês, o saldo dos negócios feitos com capital externo já apresentava resultado negativo de R$ 6,85 bilhões no dia 23. Se o ritmo for mantido, este mês poderá ser o pior em saldo negativo já registrado.

Bancos em queda
As perdas em Wall Street foram mais intensas. O índice Dow Jones teve desvalorização de 2,11%. A Bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 2%.
O setor financeiro americano, que ensaiou na semana passada entrar em período de recuperação, voltou a ser o vilão. A informação de que autoridades tiveram de intervir em pequenos bancos trouxe o pessimismo de volta.
Entre as maiores instituições financeiras dos EUA, as quedas foram expressivas: as ações do Merrill Lynch caíram 11,6%; as do Lehman Brothers, 10,4%.
No mercado doméstico, as ações de bancos também caíram, mesmo que as instituições locais não tenham ligação com a crise de crédito americana.
As ações ordinárias do Banco do Brasil foram as que tiveram pior desempenho, com queda de 4,86%. Logo depois apareceram os papéis Itaú PN (-1,55%), Unibanco UNT (-1,48%) e Bradesco PN (-1,36%).
Outro fator que afetou os mercados nos EUA foi a elevação do preço do petróleo, que encerrou com alta de 1,19% em Nova York, a US$ 124,73.
O fortalecimento do produto favoreceu as ações da Petrobras. Seus papéis preferenciais chegaram a registrar valorização de 3,6%, mas terminaram com ganhos menores, de 1,01%. As ações da Vale também tiveram ganho, mas não muito expressivo. A ação PNA da Vale subiu 1,12%, e a ON, 0,44%.
O dólar terminou vendido a R$ 1,574, em leva alta de 0,06%.


Texto Anterior: Breves
Próximo Texto: Câmbio: Valorização do real no governo lula chega a 124%
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.