São Paulo, terça, 29 de julho de 1997.



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INFORMÁTICA
Desempenho de softwares foi melhor; volume geral de vendas cresceu cerca de 25%, diz organização
Fenasoft desaponta em venda de máquina

JULIANA GARÇON
da Reportagem Local

Apesar da grande oferta de crédito -mais de 11 bancos ofereciam financiamento-, a Fenasoft'97, maior feira de software da América Latina, que terminou no sábado, decepcionou fabricantes e revendedores de máquinas.
Poucos expositores admitiram não ter cumprido as próprias metas, mas diversos disseram que a venda de equipamentos não alcançou os níveis esperados.
Pouca disposição do consumidor para contrair financiamentos, pequena diferença de preço entre os equipamentos comercializados na feira e fora dela e a competição excessiva seriam as razões para esse desempenho. Além disso, a Fenasoft'97 não apresentou muitos lançamentos em hardware.
A Boss Computer, por exemplo, revendedora de micros da marca Five Star, vendeu, em 96, R$ 1 milhão, em um estande de 25 metros quadrados. O resultado levou a empresa a ampliar a área na edição 97 da feira: o estande tinha 60 metros quadrados. As vendas, no entanto, foram da ordem de R$ 500 mil, ou metade do valor faturado no ano passado durante a feira.
Ressabiada, a revendedora ainda não fechou contrato para participar da Fenasoft no ano que vem. Vai esperar para ver como o mercado se comporta.
A Apple fez promoções especiais e parcerias com 20 varejistas na Fenasoft. A máquina que é vendida normalmente a R$ 1.950 custava R$ 1.599 na feira.
Mesmo assim, vendeu 2.300 computadores -200 a menos que na edição de 96 da feira. A empresa vendeu também 2.000 impressoras, mas não revela o quanto isso representa em relação às vendas anuais.
A IBM não divulgará o resultados obtidos na feira. A Itautec deve fechar hoje seu balanço das vendas realizadas durante o evento.
Quadro positivo
Para o setor de softwares, o quadro foi mais positivo, até porque os produtos têm custo menor. Há CD-ROMs até por R$ 5.
A Microsoft, maior produtora mundial de softwares, vendeu R$ 2 milhões durante a feira -e considera sua meta cumprida. No ano fiscal de 96, a empresa faturou no Brasil R$ 139,5 milhões.
A Techware, fabricante de softwares para recursos humanos, diz que os negócios alavancados na feira devem gerar cerca de R$ 200 mil. O faturamento total projetado para 97 é de R$ 7 milhões.
Para Max Gonçalves, presidente da Fenasoft, a feira foi um sucesso pois teve a maior renovação da própria história. De acordo com ele, todo o espaço -quase 60 mil metros quadrados- para a edição 98 já está fechado.
A feira recebeu cerca de 1,2 milhão de visitas, segundo Gonçalves. Isso não significa que esse foi o número de pessoas que visitaram a Fenasoft, já que há quem vá repetidas vezes durante os seis dias da feira. No ano passado, cerca de 1 milhão de pessoas foi ao evento.
Ele ressalta que em 97 foram vendidos mais scanners, microfones e caixas de som que no ano passado, pois a feira serve também para que as empresas mostrem seus produtos. Gonçalves acredita que o crescimento real em volume de vendas ficou em torno de 20% a 25%.
Segundo Gonçalves, produtos corporativos venderam bem durante a feira. Era esperado que os usuários domésticos, que vêm aumentando a participação no volume de vendas da Fenasoft, fossem o destaque.
Para ele, as expectativas da feira foram alcançadas. "A linha de crédito oferecida -de R$ 250 milhões- se esgotou no terceiro dia", diz. Além disso, explica, é natural que produtos de menor valor agregado tenham volume de vendas superiores aos de maior valor agregado.



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