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JAPÃO
Miyazawa será convidado hoje para ministério que crise tornou o mais importante
Ex-premiê deve assumir Finanças
MARCIO AITH
de Tóquio
O virtual primeiro-ministro do
Japão, Keizo Obuchi, irá convidar
hoje, oficialmente, o polêmico
ex-primeiro-ministro Kiichi Miyazawa (1991-1993) como o novo
ministro de Finanças do país.
A escolha do ministro de Finanças é a decisão mais importante
que Obuchi terá de tomar até ser
formalmente eleito primeiro-ministro, em votação amanhã na
Dieta, o Congresso japonês.
O Japão vive sua pior crise econômica desde a 2ª Guerra Mundial
e o cargo de ministro de Finanças
é, no momento, tão importante
quanto o de primeiro-ministro.
O novo titular terá de resolver o
problema representado por US$
700 bilhões que os bancos japoneses emprestaram mal nos últimos
oito anos e não receberam.
A eleição de Obuchi está praticamente garantida pelo fato de o
partido que preside, o PLD (Partido Liberal-Democrata), ainda ter
maioria no Legislativo, apesar da
derrota nas eleições parlamentares do último dia 12.
O convite foi relatado informalmente por Obuchi aos jornalistas.
Segundo ele, Miyazawa ainda não
sinalizou se quer ou não o cargo.
No entanto, na política japonesa
um convite é usualmente feito sabendo-se que será aceito.
Com a declaração, o mercado se
animou e o índice Nikkei, da Bolsa
de Tóquio, subiu 1,07%. O iene
também teve alta, sendo cotado a
141,20 por dólar em Nova York,
contra 142,48 anteontem.
Na segunda-feira, Miyazawa dissera aos jornalistas que não aceitaria o cargo por sua idade -78
anos. "Não é hora para os antigos
entrarem em jogo. Seria como voltar os ponteiros do relógio."
A analogia faz referência a sua
carreira como político e administrador. Deputado desde 1953, foi
chefe da importante Agência de
Planejamento Econômico em 1962
e ministro de Finanças em 1986,
quando o país vivia os últimos
anos de "boom" econômico.
Miyazawa foi obrigado a pedir
demissão em 1988, por seu envolvimento no maior escândalo da
política japonesa no pós-guerra,
envolvendo a venda a políticos das
ações de uma empresa imobiliária, a Recruit. Ele foi absolvido
com a alegação de que as ações foram compradas por um assessor
sem seu conhecimento.
Depois da absolvição, Miyazawa
virou primeiro-ministro, em 1991.
Em 1993, teve de renunciar depois
que o PLD, foi derrotado em eleições parlamentares.
Ontem, a instituição financeira
norte-americana Merrill Lynch divulgou um estudo onde afirma
que a recuperação dos bancos
asiáticos custará US$ 64 bilhões.
Esse total exclui o Japão.
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