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POLÍTICA MONETÁRIA
Comitê do Banco Central decide hoje novo nível do juro básico, fixado atualmente em 21% ao ano
Mercado prevê TBC entre 19,5% e 20,25%
da Sucursal de Brasília
A TBC (Taxa Básica do Banco
Central) deve cair hoje de 21% para algo entre 19,5% e 20,25% ao
ano. Será a oitava queda desde outubro de 1997, quando o governo
dobrou os juros básicos para enfrentar a crise asiática.
A queda prevista para hoje colocará a TBC anual abaixo da taxa
existente em outubro do ano passado, quando estava em 20,7%. Na
época, o governo elevou a taxa para 43,4% ao ano.
A Folha apurou que as próximas
reduções da TBC deverão ser menores. Até dezembro, a taxa poderá ficar entre 17% e 18% ao ano.
Para manter a remuneração paga
aos investidores estrangeiros, o
governo também deve reduzir o
ritmo de desvalorização do real
em relação ao dólar.
O ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola disse que a
TBC deve ficar próxima de 20,3%.
Segundo ele, o BC tem de ter uma
posição conservadora, mas a tendência é de queda dos juros.
A redução dos juros, de qualquer forma, tem efeito lento sobre
a atividade econômica.
Pelo menos três itens devem ser
levados em conta pelos integrantes do Copom (Comitê de Política
Monetária) para reduzir a TBC: 1)
manutenção das reservas cambiais
brasileiras acima de R$ 70 bilhões;
2) melhoria da situação dos países
asiáticos; e 3) atividade econômica
em pequeno crescimento.
"O Brasil tem uma posição confortável nas reservas internacionais", afirmou Mailson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio
de Loyola na empresa de consultoria Tendências.
Segundo ele, o Copom deve fixar
hoje uma TBC anual entre 19,75%
e 20,25%. Para os próximos meses,
a tendência é de novas quedas.
A partir de agora, porém, o governo terá menos espaço para
continuar reduzindo os juros básicos da economia. Isso vai acontecer porque os juros elevados são
importantes para manter no Brasil
os investimentos estrangeiros,
disse à Folha Marcelo Allain, diretor do banco BMC.
Allain afirmou que a TBC só deve ficar abaixo de 20% na próxima
reunião do Copom, marcada para
2 de setembro. Segundo ele, o governo será conservador hoje para
manter espaço para nova redução
nas próximas reuniões. Ele prevê
que a TBC de dezembro vai ficar
próxima de 18,5% ao ano.
Para Allain, o governo não deverá alterar o ritmo de desvalorização do real em relação ao dólar
nos próximos meses. O BC já
anunciou que fará isso, mas não
será no curto prazo. A Folha apurou, porém, que essa redução na
desvalorização poderá ser iniciada
já a partir do próximo mês.
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