São Paulo, Quinta-feira, 29 de Julho de 1999
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COMBUSTÍVEIS
Estoques da Grande São Paulo deve durar até amanhã; interior do Estado também foi atingido
Postos do Rio já estão sem combustível

da Sucursal do Rio

Aproximadamente 20% dos postos de gasolina do Estado do Rio estavam completamente desabastecidos ontem, segundo avaliação do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado. A perda diária de faturamento estimada é de R$ 2 milhões.
De acordo com o presidente do sindicato, Ricardo Lisboa Viana, o setor pode entrar em colapso, caso a greve continue.
No final da tarde de ontem, a estimativa era de que, até as 22h, 80% dos postos do Estado estariam sem nenhum combustível, o que representaria uma perda de faturamento de R$10 milhões.
Na capital, alguns postos já apresentavam falta de gasolina desde a noite de anteontem.
Cerca de 800 caminhões, segundo a liderança do movimento, permaneceram parados durante o dia de ontem em frente à Reduc (Refinaria Duque de Caxias), na Baixada Fluminense.
Os caminhoneiros estão impedindo a saída de caminhões-tanque com combustível da refinaria. Somente no final da tarde de ontem, eles concordaram em liberar 25 caminhões (5 de cada uma das grandes distribuidoras) para abastecer frotas de ônibus, táxis e de outros serviços públicos essenciais, como hospitais.
A liberação dos caminhões aconteceu em reunião dos líderes dos caminhoneiros no local com o comandante da Polícia Militar na Baixada Fluminense, coronel D'Ambrósio, e com o superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Rio, inspetor Sergio Max.
""É só para serviços essenciais. Não é para abastecer carro de bacana. Eu garanto a vocês", disse D'Ambrósio, diante da assembléia de cerca de 150 motoristas que ratificou a liberação.
""Estou instruído para agir com rigor, mas tenho visto a situação dos caminhões nas estradas e tenho de ser sensível ao problema de vocês", afirmou Max.
Segundo o delegado sindical Jorge Monteiro, a quase totalidade dos caminhões parados na Reduc é de transportadores de cimento do pólo de Cantagalo (RJ) e de tanqueiros que transportam combustíveis da refinaria.
A entrega do produto foi prejudicada ontem em cidades como Bauru, Ribeirão Preto, Santos, São José do Rio Preto e São José dos Campos (no Estado de São Paulo), que ficam entre os centros de distribuição de combustíveis e os piquetes dos caminhoneiros.
Na Grande São Paulo, o estoque de combustíveis deve durar até amanhã, segundo o presidente da Sincopetro, José Alberto de Paiva.
"Os postos têm estoques para quatro dias. O abastecimento na capital só está garantido até sexta (amanhã)", disse Paiva.


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