São Paulo, Quinta-feira, 29 de Julho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Assessor acha que viagem pode ocorrer

de Buenos Aires

O secretário-geral da Presidência da Argentina, Alberto Cohen, afirmou que não há motivos para adiar uma eventual viagem do presidente Carlos Menem ao Brasil, em agosto.
Segundo ele, os atritos comerciais entre Brasil e Argentina não afetam as relações políticas dos dois países. "As relações são excelentes", disse ele.
As declarações de Cohen foram feitas um dia depois que autoridades brasileiras afirmaram que não haveria clima para um visita de Menem ao Brasil, no início de agosto.
No front comercial, a Argentina continua cobrando compensações do Brasil. O vice-chanceler argentino, Andrés Cisneros, afirmou que, devido à desvalorização do real, é preciso haver alguma medida em favor da Argentina.
Na sexta-feira o vizinho brasileiro decidiu adotar uma resolução que permite a adoção de medidas de proteção temporárias dentro do âmbito do Mercosul. Esse tipo de medida, conhecida por salvaguarda, é considerado inaceitável pelo Brasil.
Como reação à medida argentina, o Brasil convocou uma reunião urgente do Mercosul para a próxima semana, na qual será discutida e avaliada a decisão do parceiro brasileiro.
Com relação ao confronto entre os dois países, Cisneros disse que é preciso colocar as coisas no seu devido lugar.
Segundo ele, o conflito comercial entre os dois países não pode ser considerado uma Terceira Guerra Mundial.
Na opinião do vice-chanceler argentino, as tensões atuais foram provocadas por falta de regras no Mercosul para enfrentar momentos de instabilidade. "O Mercosul não tem um mecanismo ágil para corrigir as distorções, portanto seguimos aos trancos e barrancos", afirmou Cisneros.
Para esquentar ainda mais a temperatura, o vice-presidente da Siderar, Javier Tizado, pediu, em audiência pública, o estabelecimento de direitos de antidumping provisórios contra chapas de aço brasileiras. Se o pleito for aceito, o aço brasileiro enfrentará barreiras para entrar na Argentina.


Texto Anterior: Argentinos aceitam "tribunal" e decisão que vier a ser tomada
Próximo Texto: Paraguai diz temer mais retaliações
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.