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Venda da Ripasa pode sair com restrições
Órgãos de concorrência recomendam aprovação, mas Suzano e Votorantim terão de liberar inspeção
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministérios da Justiça e
da Fazenda sugeriram ontem a
aprovação, com restrições, da
venda da Ripasa para a Suzano
e a Votorantim Celulose e Papel, cada uma recebendo metade da empresa original. As duas
compradoras administrarão
em consórcio a Ripasa.
Caso o processo seja aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), cairá de quatro para três o
número de empresas que
atuam em alguns segmentos do
mercado.
Segundo o novo formato da
empresa, a Ripasa atuará como
unidade independente, servindo ora à Votorantim Celulose e
Papel ora à Suzano. Para evitar
práticas anticoncorrenciais,
em vez de determinar a divisão
da empresa ou a venda de alguma unidade da Ripasa, foi tomada uma decisão inédita.
A Secretaria de Acompanhamento Econômico, do Ministério da Fazenda, sugeriu que a
nova Ripasa mantenha abertas
as portas para inspeção, sem
aviso prévio, de autoridades do
Sistema Brasileiro de Defesa da
Concorrência.
A sugestão ao Cade, que será
referendada pela Secretaria de
Direito Econômico, elimina a
necessidade prevista em lei de
notificar a empresa um dia antes da inspeção.
Por ser a primeira vez que se
opta por essa saída na venda de
uma empresa, ainda não é possível avaliar se os resultados
vão compensar.
A Folha procurou ontem a
Suzano, a Votorantim Celulose
e Papel e a Ripasa para saber
seu posicionamento a respeito
das sugestões da Seae e da SDE.
Até a conclusão desta edição,
nenhuma das três empresas
respondeu aos recados.
(IURI DANTAS)
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