São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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Em dia calmo, Bolsa de SP fecha em alta de 1,16%

Mercado espera ata do Fed hoje; dólar recua a R$ 2,14

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A segunda-feira não trouxe eventos econômicos relevantes, com potencial para mexer com o mercado financeiro. Nesse clima mais tranqüilo, a Bovespa conseguiu registrar ganhos de 1,16%. O dólar caiu 0,79%, a R$ 2,14.
Apesar da alta da Bolsa, as operações de compra e venda de ações tiveram movimento tímido ontem: R$ 1,47 bilhão, contra R$ 2,35 bilhões girados, na média, diariamente em 2006. Os negócios pouco volumosos demonstram a cautela dos investidores diante da série de indicadores previstos para os próximos dias.
Hoje será conhecida a ata da última reunião do Fomc (o comitê de mercado aberto do Fed, que decide os juros americanos), quando os juros no país foram mantidos em 5,25%. Os investidores esperam que o documento traga algum sinal mais claro sobre o futuro da política monetária no país.
As Bolsas americanas também tiveram dia positivo: alta de 0,60% para o Dow Jones e de 0,95% para a Nasdaq.
A valorização da Bovespa ontem não foi suficiente para recuperar as recentes perdas: apenas na semana passada, a Bolsa paulista acumulou perdas 4,24%. No mês, o Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, tem baixa de 1,89%.
Na quarta, será a vez de o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) anunciar como fica os juros da economia brasileira. A Selic está em 14,75% anuais. O mercado espera por uma redução entre 0,25 ponto e 0,50 ponto percentual.
Já na quinta-feira vai ser divulgado o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro referente ao segundo trimestre de 2006.
Com todos esses eventos, os mercados acionário e cambial brasileiro não têm uma tendência definida para a semana.
Ontem a Merrill Lynch reduziu sua recomendação para papéis de emergentes de "acima da média do mercado" para "neutra", segundo a Reuters.
A mudança na recomendação aconteceu porque o mercado já teria precificado os últimos dados positivos, como a manutenção dos juros nos Estados Unidos. No caso das ações brasileiras, a recomendação não foi alterada.
Mas outros mercados emergentes, além de Brasil, tiveram um dia de ganhos, independentemente da decisão da Merrill Lynch.
A Bolsa mexicana, por exemplo, subiu 1,11%; a chilena se valorizou 0,51%.
E o risco-país dos latinos caíram em bloco ontem. O brasileiro recuou 1,30%, a 227 pontos. O risco do México caiu 2,73% (107 pontos), o peruano teve baixa de 2,72% (143 pontos), e o da Venezuela diminuiu 1,40% (212 pontos).

Juros
O mercado mais calmo permitiu que os juros futuros recuassem no pregão de ontem da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). O resultado indicou que aumentou a parcela dos investidores que confiam que haverá um corte de 0,50 ponto (para 14,25%) na Selic.
No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) que vence no fim deste mês, a taxa caiu 14,63% para 14,59%.
Para a continuidade do movimento de melhora das Bolsas e do risco-país, é importante que o Fed dê alguma segurança para os investidores, no que se refere à possibilidade de os juros norte-americanos não serem mais elevados.
Dessa forma, as taxas pagas pelos títulos do Tesouro dos Estados Unidos poderiam apresentar um recuo, aumentando a chance de grandes investidores voltarem a procurar com maior interesse papéis da dívida de emergentes.


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