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EUA sofrem pressão por mais rigor
Estrangeiros querem participar da regulação dos mercados americanos
Agências de classificação de risco dos EUA deram notas positivas para títulos que causaram fortes perdas
para investidores globais
DO "NEW YORK TIMES"
O problema no mercado de
"subprime" americano (crédito
imobiliário para pessoas com
histórico ruim de pagamento) e
suas conseqüências nas Bolsas
mundiais fizeram com que políticos, especialistas em finanças e órgãos reguladores de
mercados de fora dos EUA voltassem a cobrar um papel de
supervisão nos mercados, bancos e agências de classificação
de risco americanos.
O argumento usado pelos defensores da tese é o de que os
EUA exportam produtos financeiros, mas as perdas sofridas
por investidores em mercados
de outros países sugerem que
os órgãos reguladores americanos não estão monitorando de
maneira adequada esses produtos ou alertando os investidores sobre os riscos.
"Nós precisamos de uma
abordagem internacional, e os
EUA precisam fazer parte dela", disse Peter Bofinger, que é
membro do conselho econômico do governo alemão.
A idéia não é nova e, em outros momentos, não foi bem-vista pelos órgãos reguladores
americanos, mas agora, dizem
analistas, a Europa e a Ásia têm
maior poder de barganha. Os
Estados Unidos poderão ter
que ceder como uma forma de
conseguir negociar normas de
controle para os fundos de investimento de governos de outros países, como a China.
O governo do presidente
George W. Bush está pressionando o FMI e o Banco Mundial para examinarem o comportamento dos chamados fundos soberanos e desenvolverem possíveis códigos de conduta para eles. Entre as regras
propostas, está a obrigatoriedade de revelar seus métodos de
investimento e de evitar intervir na política do país anfitrião.
"Os EUA dependem do resto
do mundo para financiar sua
dívida", disse Bofinger. "Se nossas instituições deixarem de
comprar seus produtos financeiros, isso iria prejudicá-los."
Seis órgãos reguladores de
bancos e financeiros -como a
SEC (a CVM americana) e o
Fed (o BC dos EUA)- foram
procurados e não quiseram comentar a proposta. Alguns deles ressaltaram que não eram
os únicos que supervisionavam
o mercado de "subprime".
Bancos e fundos de investimento de distintos pontos do
mundo tiveram fortes perdas
após comprarem títulos atrelados ao "subprime". Em vários
casos, investidores foram pegos
de surpresa, pois as agências de
classificação do risco deram a
esses produtos a nota máxima,
o que levava a crer que eles
apresentavam risco baixo.
A UE está investigando o papel das empresas de classificação de crédito no caso e apura
se agiram com rapidez suficiente para prevenir os investidores
quanto aos riscos de investir
em títulos de "subprime".
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