São Paulo, quarta-feira, 29 de agosto de 2007

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Petrobras muda diretoria para acomodar indicações

Estatal anuncia trocas nos próximos dias para incluir nomes do PT e de partidos aliados

Na cota petista, já está acertada a nomeação do ex-presidente da empresa José Eduardo Dutra para comandar a BR Distribuidora

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Para acomodar indicações políticas do PT e de partidos da base aliada (PMDB, PTB e PP), o governo fará mudanças nos próximos dias na diretoria da Petrobras e no comando da BR Distribuidora, sua subsidiária.
Na cota do PT, já está acertada a nomeação do ex-senador e ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra para a presidência da BR, no lugar de Maria das Graças Foster, que deve assumir uma diretoria na estatal. Dutra perdeu eleição de 2006 para o Senado por Sergipe.
As mudanças devem ocorrer até, no máximo, a reunião ordinária do Conselho de Administração da estatal, marcada para 21 de setembro. Acertadas pela cúpula do governo e negociadas diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as indicações devem atingir três diretorias da Petrobras: Exploração e Produção, Gás e Energia e possivelmente Abastecimento.
Dutra disse que seu nome "foi colocado" pelo partido em março, mas que até agora não foi informado sobre a sua eventual nomeação para a BR.
Para a diretoria de Exploração e Produção, a cotada para substituir Guilherme Estrella -que já manifestou desejo de sair- é Graça Foster. Ela pode assumir ainda a diretoria de Gás e Energia, dependendo do desfecho da negociação. Nesse caso, sucederia Ildo Sauer.
Graça Foster é indicação pessoal da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, também presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Foi sua secretária de Petróleo e Gás, quando era ministra de Minas e Energia. É funcionária de carreira da empresa.
Para a diretoria Internacional, deve ser indicado João Augusto Fernandes, na cota do PMDB mineiro. Ele foi diretor de Mercado Consumidor da BR durante o governo FHC. Se confirmado, entrará no lugar de Nestor Cerveró, técnico de carreira, ligado ao senador Delcídio Amaral -também ex-diretor da Petrobras.
A maior indefinição até o momento é na diretoria de Abastecimento. Seu atual titular, Paulo Roberto Costa, deve ficar na empresa. Mas há possibilidade de assumir a diretoria de Exploração e Produção.
O executivo prefere se manter no atual posto, mas uma eventual substituição atende aos interesses do ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia (PTB), que pressiona pela indicação do ex-gerente-executivo de Abastecimento Alan Kardec para a diretoria de mesmo nome.
Por ora, Kardec, que entrou em atrito com Costa por causa da nomeação, foi acomodado numa assessoria direta do presidente da estatal, José Sergio Gabrielli. Costa é ligado ao PP.
As mudanças podem ser definidas numa reunião extraordinária do Conselho de Administração, que não havia ainda sido marcada até ontem à noite. Gabrielli esteve anteontem em Brasília e se reuniu com Lula e alguns ministros, mas oficialmente as alterações não estavam na pauta do encontro.
Procurados, os prováveis indicados evitam confirmar as escolhas, mas no alto comando da empresa o clima é tenso. A pressão para a nomeação de Alan Kardec gerou uma crise com o atual titular da pasta. Gabrielli teve de intervir e colocar o executivo em sua assessoria.


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