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Petrobras muda diretoria para acomodar indicações
Estatal anuncia trocas nos próximos dias para incluir nomes do PT e de partidos aliados
Na cota petista, já está acertada a nomeação do ex-presidente da empresa José
Eduardo Dutra para comandar a BR Distribuidora
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Para acomodar indicações
políticas do PT e de partidos da
base aliada (PMDB, PTB e PP),
o governo fará mudanças nos
próximos dias na diretoria da
Petrobras e no comando da BR
Distribuidora, sua subsidiária.
Na cota do PT, já está acertada a nomeação do ex-senador e
ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra para a presidência da BR, no lugar de Maria
das Graças Foster, que deve assumir uma diretoria na estatal.
Dutra perdeu eleição de 2006
para o Senado por Sergipe.
As mudanças devem ocorrer
até, no máximo, a reunião ordinária do Conselho de Administração da estatal, marcada para
21 de setembro. Acertadas pela
cúpula do governo e negociadas
diretamente pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, as indicações devem atingir três diretorias da Petrobras: Exploração e Produção, Gás e Energia e
possivelmente Abastecimento.
Dutra disse que seu nome
"foi colocado" pelo partido em
março, mas que até agora não
foi informado sobre a sua eventual nomeação para a BR.
Para a diretoria de Exploração e Produção, a cotada para
substituir Guilherme Estrella
-que já manifestou desejo de
sair- é Graça Foster. Ela pode
assumir ainda a diretoria de
Gás e Energia, dependendo do
desfecho da negociação. Nesse
caso, sucederia Ildo Sauer.
Graça Foster é indicação pessoal da ministra-chefe da Casa
Civil, Dilma Rousseff, também
presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Foi
sua secretária de Petróleo e
Gás, quando era ministra de
Minas e Energia. É funcionária
de carreira da empresa.
Para a diretoria Internacional, deve ser indicado João Augusto Fernandes, na cota do
PMDB mineiro. Ele foi diretor
de Mercado Consumidor da BR
durante o governo FHC. Se
confirmado, entrará no lugar
de Nestor Cerveró, técnico de
carreira, ligado ao senador Delcídio Amaral -também ex-diretor da Petrobras.
A maior indefinição até o
momento é na diretoria de
Abastecimento. Seu atual titular, Paulo Roberto Costa, deve
ficar na empresa. Mas há possibilidade de assumir a diretoria
de Exploração e Produção.
O executivo prefere se manter no atual posto, mas uma
eventual substituição atende
aos interesses do ministro de
Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia (PTB),
que pressiona pela indicação do
ex-gerente-executivo de Abastecimento Alan Kardec para a
diretoria de mesmo nome.
Por ora, Kardec, que entrou
em atrito com Costa por causa
da nomeação, foi acomodado
numa assessoria direta do presidente da estatal, José Sergio
Gabrielli. Costa é ligado ao PP.
As mudanças podem ser definidas numa reunião extraordinária do Conselho de Administração, que não havia ainda sido
marcada até ontem à noite. Gabrielli esteve anteontem em
Brasília e se reuniu com Lula e
alguns ministros, mas oficialmente as alterações não estavam na pauta do encontro.
Procurados, os prováveis indicados evitam confirmar as escolhas, mas no alto comando da
empresa o clima é tenso. A
pressão para a nomeação de
Alan Kardec gerou uma crise
com o atual titular da pasta. Gabrielli teve de intervir e colocar
o executivo em sua assessoria.
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