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BNDES prepara política para setor petroleiro
Luciano Coutinho afirma que meta dada por Lula é agregar valor ao petróleo que será extraído da região do pré-sal
Gabrielli, da Petrobras,
diz que a estatal precisará
de 40 navios-sonda para
a exploração das reservas da região petrolífera
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
Luciano Coutinho, confirmou
ontem que a instituição elabora
uma política industrial do petróleo. Ele disse que essa política já estava em estudo antes da
descoberta das reservas de petróleo no pré-sal, mas agora será voltada para suprir a necessidade de equipamentos para exploração da região.
"Isso já estava previsto, mas
vai ganhar um detalhamento
de toda a perspectiva de investimento da Petrobras", afirmou
o presidente do BNDES, ontem, na reunião do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e
Social, o Conselhão, na qual
apresentou perspectivas de investimentos entre 2008 e 2011.
O presidente do BNDES, que
já havia participado ativamente
do projeto de compra da Brasil
Telecom pela Oi, disse ainda
que a política industrial do petróleo deverá cumprir também
"uma determinação muito clara" do presidente Lula, de que o
país não deve ser apenas um exportador de petróleo cru, e sim
de seus derivados. Durante seu
discurso, Lula cobrou dos subordinados uma política para
dar valor agregado ao petróleo.
Coutinho explicou, porém,
que o primeiro passo dessa política industrial do petróleo será fazer um levantamento de
todas as matérias-primas, máquinas e equipamentos que o
Brasil vai precisar para criar a
tecnologia capaz de explorar
petróleo a 7.000 metros de profundidade.
Segundo ele, o BNDES já tem
uma estimativa de quanto deverá ser investido, mas não quis
citar o número, que ainda não
foi apresentado a Lula. "Acho
que o levantamento ainda não
está completo. Mas já temos
uma conta preliminar."
Coutinho citou os navios-sonda como exemplo de equipamentos necessários para a
exploração que o país ainda não
possui. "Só a Coréia [do Sul] fabrica navios-sonda. Vamos ter
que importar essa tecnologia."
Na reunião, em que foram
destacados pontos positivos do
governo, Lula qualificou a descoberta do pré-sal como "um
bilhete premiado", mas destacou que ainda não dá para gastar o que "não temos".
Petrobras
O presidente da Petrobras,
José Sergio Gabrielli, citou, em
apresentação durante o Conselhão, que a Petrobras vai precisar de 40 navios-sonda para a
exploração do pré-sal, dos
quais 12 serão importados do
exterior, com uma licitação internacional. Os outros 28 serão
produzidos pela indústria nacional, entre 2013 e 2017. Cada
navio-sonda custa aproximadamente US$ 700 milhões.
Sem contar a produção dos
campos do pré-sal, a Petrobras
deverá investir US$ 112,4 bilhões entre 2008 e 2012. Mais
da metade (58%) será usada em
exploração e produção. De
acordo com as projeções da
empresa, a produção de óleo irá
aumentar de 1,95 milhão de
barris por dia para 2,42 milhões
em 2012, fora o pré-sal.
Com os investimentos do
pré-sal, a necessidade de investimento aumenta. "A cadeia
produtiva mudará de patamar.
Se os números apresentados
até agora já são grandes, com o
pré-sal serão muito maiores",
afirmou Gabrielli.
"Os volumes encontrados
provavelmente serão muito
grandes e, como tal, vão exigir
uma adaptação especial dos
programas de desenvolvimento. Nós começaremos com a
tecnologia conhecida, mas com
certeza não poderemos persistir. Teremos que inovar tecnologicamente para produzir nessa região."
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