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Ajudado por exportação, PIB dos EUA supera expectativa
Economia americana cresceu 3,3% no 2º tri, 1,4 ponto percentual mais que o previsto
Retração no Japão e na UE
é motivo de preocupação,
e analistas não descartam recessão nos próximos meses nos Estados Unidos
DA REDAÇÃO
A economia norte-americana cresceu no segundo trimestre quase o dobro que o previsto inicialmente pelo governo,
devido, especialmente, ao aumento das exportações. O PIB
dos Estados Unidos se expandiu em 3,3% de abril a junho na
taxa anualizada, 1,4 ponto percentual mais do que fora estimado no mês passado e superando as previsões de analistas.
O avanço, maior desde o período de julho a setembro de
2007, ocorreu após dois trimestres consecutivos ruins -a
economia americana se contraiu em 0,2% de outubro a dezembro de 2007, a primeira retração desde 2001, quando
ocorreu a última recessão.
O resultado ajudou as Bolsas
a terem um dia positivo. O índice Dow Jones, o principal da
Bolsa de Nova York, teve alta de
1,85%. Já a Nasdaq, que reúne
empresas de alta tecnologia,
valorizou-se em 1,22%. No Brasil, a Bovespa subiu 1,55%.
Ajudadas pela desvalorização
do dólar, que tornou os produtos americanos mais competitivos no exterior, as exportações cresceram 13,2% no segundo trimestre, ante uma estimativa inicial do governo de
avanço de 9,2%. Já as importações tiveram queda de 7,6%
-um ponto percentual superior que a previsão anterior-,
sinalizando que os consumidores estão gastando menos.
Com isso, o resultado das exportações menos importações
adicionou 3,1 pontos percentuais ao PIB, ante uma previsão
inicial de 2,4 pontos percentuais. Essa "dependência" americana do comércio exterior,
porém, também tem seu lado
preocupante. O Japão e a União
Européia, dois dos seus principais parceiros comerciais, tiveram retração no segundo trimestre e, com isso, há dúvidas
se os EUA conseguirão manter
o seu ritmo de venda de bens e
serviços para o exterior.
O resultado do segundo trimestre foi também ajudado pelo plano governamental de estímulo à economia, cujos cheques com restituição do Imposto de Renda começaram a chegar à casa dos contribuintes em
abril. Os gastos dos consumidores acrescentaram 1,7 ponto
percentual ao PIB, 2,3 pontos
percentuais mais que no primeiro trimestre.
Com os sinais de desaceleração em outras grandes economias e o menor impacto do pacote do governo, o principal temor de analistas é que os EUA
irão se desacelerar fortemente
nos próximos meses, especialmente no quarto trimestre. O
Fed (o BC americano), em sua
reunião no início do mês, reduziu as suas projeções de crescimento para o segundo semestre deste ano e para 2009.
E a possibilidade de recessão
ainda não foi afastada. "Vejo
possivelmente uma recessão
no final deste ano, mas ela será
relativamente curta e moderada", afirmou Martin Regalia, da
Câmara de Comércio dos EUA.
Já David Ressler, economista
da Nomura Securities, considera que, apesar de os EUA não
estarem oficialmente em recessão (dois trimestres negativos
consecutivos), essa é a percepção dos consumidores. "Eles
estão certamente em um estado muito enfraquecido e isso ficará evidente nos próximos dados", disse à emissora CNBC.
Com a Reuters
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