São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2008

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Ajudado por exportação, PIB dos EUA supera expectativa

Economia americana cresceu 3,3% no 2º tri, 1,4 ponto percentual mais que o previsto

Retração no Japão e na UE é motivo de preocupação, e analistas não descartam recessão nos próximos meses nos Estados Unidos

DA REDAÇÃO

A economia norte-americana cresceu no segundo trimestre quase o dobro que o previsto inicialmente pelo governo, devido, especialmente, ao aumento das exportações. O PIB dos Estados Unidos se expandiu em 3,3% de abril a junho na taxa anualizada, 1,4 ponto percentual mais do que fora estimado no mês passado e superando as previsões de analistas.
O avanço, maior desde o período de julho a setembro de 2007, ocorreu após dois trimestres consecutivos ruins -a economia americana se contraiu em 0,2% de outubro a dezembro de 2007, a primeira retração desde 2001, quando ocorreu a última recessão.
O resultado ajudou as Bolsas a terem um dia positivo. O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, teve alta de 1,85%. Já a Nasdaq, que reúne empresas de alta tecnologia, valorizou-se em 1,22%. No Brasil, a Bovespa subiu 1,55%.
Ajudadas pela desvalorização do dólar, que tornou os produtos americanos mais competitivos no exterior, as exportações cresceram 13,2% no segundo trimestre, ante uma estimativa inicial do governo de avanço de 9,2%. Já as importações tiveram queda de 7,6% -um ponto percentual superior que a previsão anterior-, sinalizando que os consumidores estão gastando menos.
Com isso, o resultado das exportações menos importações adicionou 3,1 pontos percentuais ao PIB, ante uma previsão inicial de 2,4 pontos percentuais. Essa "dependência" americana do comércio exterior, porém, também tem seu lado preocupante. O Japão e a União Européia, dois dos seus principais parceiros comerciais, tiveram retração no segundo trimestre e, com isso, há dúvidas se os EUA conseguirão manter o seu ritmo de venda de bens e serviços para o exterior.
O resultado do segundo trimestre foi também ajudado pelo plano governamental de estímulo à economia, cujos cheques com restituição do Imposto de Renda começaram a chegar à casa dos contribuintes em abril. Os gastos dos consumidores acrescentaram 1,7 ponto percentual ao PIB, 2,3 pontos percentuais mais que no primeiro trimestre.
Com os sinais de desaceleração em outras grandes economias e o menor impacto do pacote do governo, o principal temor de analistas é que os EUA irão se desacelerar fortemente nos próximos meses, especialmente no quarto trimestre. O Fed (o BC americano), em sua reunião no início do mês, reduziu as suas projeções de crescimento para o segundo semestre deste ano e para 2009.
E a possibilidade de recessão ainda não foi afastada. "Vejo possivelmente uma recessão no final deste ano, mas ela será relativamente curta e moderada", afirmou Martin Regalia, da Câmara de Comércio dos EUA.
Já David Ressler, economista da Nomura Securities, considera que, apesar de os EUA não estarem oficialmente em recessão (dois trimestres negativos consecutivos), essa é a percepção dos consumidores. "Eles estão certamente em um estado muito enfraquecido e isso ficará evidente nos próximos dados", disse à emissora CNBC.


Com a Reuters


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