São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Fitch segue S&P e Moody's e aumenta grau de classificação da dívida; Bolsa de SP tem alta de 1,74%

Mais uma agência eleva nota do Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais um recorde do petróleo evitou que a repercussão da elevação da nota de crédito do Brasil, feita ontem pela agência Fitch Ratings, fosse mais positiva. Mesmo assim, a Bolsa subiu, e dólar e risco-país fecharam em baixa.
A agência internacional de classificação de risco Fitch Ratings elevou a nota da dívida soberana brasileira de longo prazo de "B+" para "BB-"-o mesmo nível do primeiro semestre de 2002. Naquele ano, marcado pelo tumultuoso período pré-eleitoral, o Brasil foi rebaixado duas vezes pela agência. Em novembro de 2003, a nota do país havia sido elevada pela última vez.
A Fitch foi a última grande agência internacional a melhorar a nota do Brasil. A Standard & Poor's e a Moody's já haviam elevado a nota do Brasil neste mês.
Para subir a nota de crédito do país, a Fitch levou em consideração o bom desempenho da balança comercial, a queda no peso das dívidas externa e interna e "o compromisso com sólidas políticas macroeconômicas".
A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,74%. O dólar recuou 0,21%, para R$ 2,867. O risco-país caiu 0,62%, para 483 pontos.
A elevação do "rating" (nota de crédito) significa que os riscos de o país dar calote em sua dívida são menores. Com a nova nota, o Brasil fica três degraus abaixo do chamado "investment grade" (nível de investimento confiável).
"O aumento de 0,25 ponto percentual da taxa Selic e o fato de as autoridades terem escolhido não elevar os gastos antes das eleições municipais de domingo, mesmo com o forte desempenho da arrecadação neste ano, são sinais adicionais da determinação de manter políticas macroeconômicas sólidas no Brasil", disse Roger Scher, diretor-gerente da Fitch para o departamento de dívida da América Latina.
Com uma nota melhor, as perspectivas são que o volume de captação de recursos no mercado estrangeiro pelo setor privado nacional aumente ainda mais.
Além da nota soberana, 15 empresas tiveram seu "rating" elevado. A Vale do Rio Doce foi a única companhia que ficou com nota acima da dada ao Brasil, devido à sua capacidade de gerar dólares, segundo a agência.
A ação ON da Vale do Rio Doce liderou as altas (com 7,6%) no pregão da Bovespa de ontem. O papel PNA da Vale subiu 6,5%.
(FABRICIO VIEIRA)


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