CLARICE SPITZ
DA FOLHA ONLINE

A atividade da indústria paulista voltou a subir e apresentou em agosto um avanço de 0,9%, em relação a julho, quando havia registrado queda de 2,9%. O índice divulgado pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) já despreza os efeitos sazonais de cada mês.
A melhora não causa surpresa, já que as entidades consideram o crescimento no mês passado como o início do segundo semestre, quando há uma maior expectativa de crescimento em razão das encomendas de fim de ano.
O diretor do departamento de economia do Ciesp, Antonio Correa de Lacerda, afirma que não vê consistência no crescimento observado na indústria paulista. Segundo ele, o avanço poderia ser bem mais significativo.
Lacerda citou o dólar barato, as altas taxas de juros e o "excessivo" rigor fiscal, que se traduz em superávits primários superiores à meta -o superávit primário está em 5,1% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a meta é de 4,25%-, como fatores que brecam a competitividade da indústria doméstica e diminuem os investimentos. Segundo Lacerda, o câmbio "sobrevalorizado" está bem abaixo do patamar de R$ 2,70 ou R$ 2,80, que seria desejável pelos empresários.
Para Paulo Francini, da Fiesp, o alto nível das exportações observado neste ano não se repetirá em 2006.


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