São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2005

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Setor aéreo pede edição de MP para aperfeiçoar órgão

BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

A criação da Anac em lei sancionada pelo presidente Lula foi bem recebida pelo setor aéreo. Empresas aéreas, consultores e advogados, no entanto, dizem que vários pontos têm de ser aperfeiçoados, se possível por medida provisória.
Os vetos feitos anteontem por Lula foram considerados técnicos e não surpreenderam. A lei, porém, está longe de ser a que o setor gostaria de ver aprovada.
Pelo menos 32 emendas elaboradas não foram aceitas e já não faziam parte do texto que chegou a Lula, como a previsão do "encontro de contas" entre as aéreas e o governo, que beneficiaria a Varig, a Vasp e a TAM. O entendimento é que o grande vitorioso foi o governo.
A criação da agência foi considerada um avanço. "É o modelo já utilizado na maioria dos países", afirma George Ermakoff, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. "É uma nova era. O DAC [Departamento de Aviação Civil, ligado à Aeronáutica] funcionou muito bem, mas a atividade não tem ligação militar. A atividade é comercial, controlada por civis."
Ermakoff disse que os vetos feitos por Lula não alteram a situação atual. Para ele, há pontos que precisam ser esclarecidos logo, como a fonte de recursos da Anac, para evitar atrasos na implementação do órgão.
Sobre o parágrafo vetado que garantia a manutenção dos slots (horários de pouso e decolagens em aeroportos disputados, como Congonhas) pelas empresas "enquanto forem atendidas as exigências regulamentares de prestação de serviço adequado", ele afirmou que esse direito já está assegurado, independentemente de lei. As aéreas entendem que os slots fazem parte do contrato de concessão aérea.
Cerca de 80% dos recursos da Anac -que necessitará de cerca de R$ 230 milhões anuais- viriam de 50% das tarifas de desembarque dos aeroportos, mas isso também foi vetado. "Foi um acerto, pois haveria excesso de arrecadação", disse o advogado Geraldo Vieira.


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