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MERCADO FINANCEIRO
Moeda acumula desvalorização de 15,79% no ano; Bolsa avança 1,43% e volta a quebrar recorde
Sem BC, dólar cai mais 1% e vai a R$ 2,235
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o Banco Central ausente, o
dólar não encontrou dificuldades
para cair 1,06% e descer a R$ 2,235
ontem. A Bolsa de Valores de São
Paulo também foi destaque: subiu
1,43% e cravou mais um marco
histórico de pontuação.
Sem a atuação da autoridade
monetária, fica difícil de o dólar
voltar a ganhar terreno diante do
real, avaliam analistas. No ano, a
moeda norte-americana acumula
desvalorização de 15,79%. A cotação de ontem foi a menor em
mais de quatro anos -desde
maio de 2001 o valor nominal do
dólar não era tão baixo.
O fato de o Banco Central anunciar no início da noite de terça que
não realizaria leilão de "swap
cambial reverso" ontem fortaleceu o movimento de apreciação
do real. Desde março, a autoridade monetária não realiza esse tipo
de operação, mas, dado o atual
patamar do câmbio, era esperado
no mercado que os leilões fossem
retomados. A operação tem efeito
prático similar ao de compras de
moeda no mercado futuro e favorece, assim, a apreciação do dólar.
A proximidade do vencimento
dos contratos futuros de dólar na
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros), na segunda, tende a fazer a moeda americana seguir em
queda. Operadores afirmam que
a maioria dos investidores tem
posições vendidas em dólar e, por
isso, vai lutar para que a cotação
da moeda permaneça em baixa.
À espera da divulgação do Relatório de Inflação do Banco Central, as taxas futuras de juros recuaram ontem.
No contrato DI que vence no
fim de outubro -e reflete a expectativa para o próximo Copom-, a taxa recuou de 19,35%
para 19,33%. A taxa mostra ainda
instituições financeiras divididas
entre as expectativas de um corte
de 0,25 ponto e 0,50 ponto na taxa
Selic na reunião do Copom do
próximo mês.
Ponto histórico
Na Bovespa, o dia foi de mais
um recorde quebrado. O Ibovespa (índice que agrupa as 57 ações
mais negociadas) fechou na inédita pontuação de 31.317.
Mas já há quem preveja dias
mais difíceis para o mercado acionário no ano que vem. De acordo
com a Bloomberg, o estrategista
do Santander Ricardo Cavalheiro
disse acreditar que o Ibovespa encerrará 2006 em 35 mil pontos
-apenas 11,76% acima do fechamento de ontem.
(FABRICIO VIEIRA)
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