São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2005

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda acumula desvalorização de 15,79% no ano; Bolsa avança 1,43% e volta a quebrar recorde

Sem BC, dólar cai mais 1% e vai a R$ 2,235

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o Banco Central ausente, o dólar não encontrou dificuldades para cair 1,06% e descer a R$ 2,235 ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo também foi destaque: subiu 1,43% e cravou mais um marco histórico de pontuação.
Sem a atuação da autoridade monetária, fica difícil de o dólar voltar a ganhar terreno diante do real, avaliam analistas. No ano, a moeda norte-americana acumula desvalorização de 15,79%. A cotação de ontem foi a menor em mais de quatro anos -desde maio de 2001 o valor nominal do dólar não era tão baixo.
O fato de o Banco Central anunciar no início da noite de terça que não realizaria leilão de "swap cambial reverso" ontem fortaleceu o movimento de apreciação do real. Desde março, a autoridade monetária não realiza esse tipo de operação, mas, dado o atual patamar do câmbio, era esperado no mercado que os leilões fossem retomados. A operação tem efeito prático similar ao de compras de moeda no mercado futuro e favorece, assim, a apreciação do dólar.
A proximidade do vencimento dos contratos futuros de dólar na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), na segunda, tende a fazer a moeda americana seguir em queda. Operadores afirmam que a maioria dos investidores tem posições vendidas em dólar e, por isso, vai lutar para que a cotação da moeda permaneça em baixa.
À espera da divulgação do Relatório de Inflação do Banco Central, as taxas futuras de juros recuaram ontem.
No contrato DI que vence no fim de outubro -e reflete a expectativa para o próximo Copom-, a taxa recuou de 19,35% para 19,33%. A taxa mostra ainda instituições financeiras divididas entre as expectativas de um corte de 0,25 ponto e 0,50 ponto na taxa Selic na reunião do Copom do próximo mês.

Ponto histórico
Na Bovespa, o dia foi de mais um recorde quebrado. O Ibovespa (índice que agrupa as 57 ações mais negociadas) fechou na inédita pontuação de 31.317.
Mas já há quem preveja dias mais difíceis para o mercado acionário no ano que vem. De acordo com a Bloomberg, o estrategista do Santander Ricardo Cavalheiro disse acreditar que o Ibovespa encerrará 2006 em 35 mil pontos -apenas 11,76% acima do fechamento de ontem.
(FABRICIO VIEIRA)


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