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EXUBERÂNCIA NACIONAL
Resultado até setembro é o maior para o período em 16 anos, diz estudo; no 3º trimestre, foram R$ 752,3 mi
Bradesco já acumula lucro recorde de R$ 2 bi
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE
O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 2,002 bilhões nos primeiros nove meses deste ano, volume 25,8% superior ao verificado de janeiro a setembro de 2003.
Trata-se do maior resultado do
banco para o período em valores
absolutos.
Dados da Economática mostram que, deflacionado pelo IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor
Amplo), o resultado é o maior para o período dos últimos 16 anos
-de 1989 até 2004. Somente no
terceiro trimestre, o lucro do banco alcançou R$ 752,3 milhões,
também o melhor desempenho
para o trimestre em 16 anos, de
acordo com a Economática.
Segundo o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, três fatores influenciaram positivamente
o desempenho do banco: crescimento das receitas de serviços, expansão da carteira de crédito e redução nas despesas com provisões para devedores duvidosos.
As receitas de prestação de serviços -incluindo ganhos com tarifas- somaram R$ 4,149 bilhões, uma expansão de 26,4% em
relação a setembro do ano passado. Segundo Cypriano, esse crescimento reflete o aumento na base de clientes e das operações bancárias. Mas o juro alto também
colabora com o aumento das receitas.
A carteira de crédito do Bradesco registrou expansão de 13,6% de
janeiro a setembro, em comparação ao mesmo período de 2003, e
totalizou R$ 60 bilhões.
O crescimento da carteira, segundo Cypriano, foi impulsionado principalmente pelo aumento
de empréstimos para micro, pequenas e médias empresas, além
de pessoas físicas.
O executivo destaca que, no
acumulado deste ano, os empréstimos para empresas de pequeno
porte cresceram 23,5%, enquanto
para as grandes caiu 3%. Entre as
pessoas físicas, houve expansão
de 20% nos empréstimos.
Com a queda na busca por empréstimos bancários entre as
grandes empresas, Cypriano reduziu sua previsão de expansão
para a carteira deste ano, de 25%
para algo entre 20% e 22%.
Outro fator que contribuiu com
o lucro robusto registrado pelo
banco até setembro foi a redução
de R$ 445 milhões nas despesas
com provisões para devedores
duvidosos, de R$ 1,998 bilhão para R$ 1,553 bilhão.
Houve diminuição também no
índice de inadimplência para créditos de maior risco, de 5,5% para
4,2% no período.
"A queda na inadimplência
ocorreu basicamente devido à
maturidade na concessão de crédito", disse Cypriano.
Ao final de setembro, os ativos
totais de grupo somavam R$ 179,7
bilhões, 9,3% superior a igual
época do ano anterior. O patrimônio líquido cresceu mais de
13% no mesmo período, atingindo R$ 14,7 bilhões.
Na avaliação de Gustavo Alcântara, analista do banco Prosper, o
resultado do Bradesco no terceiro
trimestre superou as expectativas.
Ele esperava lucro em torno de R$
670 milhões de julho a setembro.
"O juro alto por mais tempo do
que se imaginava é positivo para o
setor", afirmou.
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