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PREÇOS
Varejo tem menor índice em 4 anos
IGP-M desacelera com o recuo dos alimentos
JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
A queda dos preços dos alimentos fez o IGP-M (Índice Geral de
Preços do Mercado) recuar para
0,39% em outubro, praticamente
a metade da inflação do mês passado, de 0,69%. Trata-se também
do menor valor desde outubro de
2003, quando atingiu 0,38%.
No ano, o IGP-M acumula alta
de 10,69%, e, nos últimos 12 meses, de 11,91%. Desde setembro, os
alimentos vêm sendo apontados
como os responsáveis pelo recuo
da inflação. Em outubro, eles registraram deflação no atacado de
2,51%, e, no varejo, de 0,88%.
Segundo o coordenador de análises econômicas da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Salomão
Quadros, os produtos agrícolas
estão contrariando o padrão do
período de entressafra. Em outubro, os preços desses itens caíram
1,98%.
"Desde 1999, quando houve a
mudança no regime cambial, os
produtos agrícolas registram alta
nessa época do ano. A queda deste mês significa que os fatores
econômicos estão sendo mais relevantes", disse. Quadros destaca
a oferta excessiva de soja, cujos
preços, mesmo fora do período
de colheita, recuaram 8,9%.
Os produtos industriais no atacado passaram de uma alta nos
preços de 1,38% em setembro para 1,31% em outubro. Dos 19 segmentos industriais pesquisados,
13 mostraram desaceleração.
Segundo Quadros, o recuo só
não foi maior em razão do aumento dos preços de ferro, aço e
derivados. "Acelerações pontuais
e agudas fizeram com que o setor
siderúrgico tivesse uma alta de
5,37%, acima da média mensal de
3% verificada este ano", afirmou.
Com a queda dos preços dos produtos agrícolas e com a pequena
variação dos produtos industriais, o atacado registrou inflação
de 0,44%.
No varejo, os preços avançaram
apenas 0,05%, o menor nível dos
últimos quatro anos. Para Quadros, o resultado não reflete a inflação real. Isso porque os preços
ao consumidor ficaram praticamente estáveis com o recuo dos
preços dos alimentos, principalmente do item hortaliças e legumes (-12,16%). Sem esse item, os
preços no varejo teriam subido
0,45%.
Além disso, o impacto do reajuste da gasolina ainda não foi inteiramente captado pelo índice.
Esse é o primeiro IGP a registrar o
reajuste anunciado no dia 15 deste
mês pela Petrobras de 4% no preço da gasolina nas refinarias da
estatal e de 6% no diesel. Em razão do período de coleta de preços, de 21 de setembro a 20 de outubro, a influência foi pequena.
Segundo Quadros, o impacto total será de 0,16 ponto percentual
no IGP-M de novembro.
Na construção civil, os preços
passaram de 0,67% em setembro
para 0,95% em outubro, com a influência dos aumentos do setor siderúrgico.
Para o próximo mês, a FGV prevê que os custos do setor continuem em alta com os dissídios da
categoria em Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Belém.
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