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Entrada de dólares no país recua 73% após IOF
Apesar disso, fluxo cambial segue positivo em outubro
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fluxo de dólares para o país
sofreu desaceleração na primeira semana de taxação dos
investimentos estrangeiros em
ações e renda fixa. De acordo
com dados do Banco Central,
nos quatro primeiros dias de
cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
nessas aplicações, houve uma
redução de 73% na entrada de
moeda estrangeira no segmento financeiro, considerando a
média diária do mês de outubro
antes da taxação.
Mesmo se forem descontados os mais de US$ 4 bilhões referentes à oferta de ações do
Santander Brasil, que atraiu
um grande número de estrangeiros, ainda há uma queda de
quase 60% nesse fluxo.
Desde a última terça-feira, os
investimentos estrangeiros no
mercado financeiro estão sendo taxados em 2%. O objetivo
do governo era evitar que a entrada de dólares no Brasil derrubasse ainda mais a cotação da
moeda norte-americana, o que
prejudica, principalmente, as
exportações.
Apesar dessa queda, o fluxo
cambial continua positivo em
quase US$ 13 bilhões em outubro, segundo dados registrados
até o último dia 23. Isso representa mais da metade do dinheiro que entrou no país durante todo este ano. É também
o segundo maior valor mensal
da série histórica iniciada em
1947 pelo BC.
Na última semana, houve
também uma reversão na tendência de valorização do real
diante do dólar, que voltou a ser
negociado acima de R$ 1,70.
Além da queda no fluxo registrada após a taxação, houve
também uma procura maior
por moeda estrangeira no mercado financeiro.
Até setembro, o BC vinha
comprando valores superiores
aos dos dólares que entravam
no país. Em outubro, porém, as
intervenções representam apenas metade do fluxo. Isso pode
ser visto na redução das intervenções do BC após o dia 20.
Antes da taxação, a média diária de compras estava em US$
520 milhões em outubro. Depois, caiu para US$ 65 milhões.
Para Reginaldo Galhardo, da
corretora de câmbio Treviso, a
saída de dólares do país reflete
também a piora no cenário econômico internacional, que vem
provocando desvalorização nas
Bolsas em todo o mundo nesta
semana. Também pesa a expectativa de que o governo adote
novas medidas na área de câmbio. "Os investidores já estão
tendo lucro tanto com o dólar
como na Bolsa. Se ele achar que
haverá uma piora, vai sair [do
país] mesmo", afirmou.
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