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Falta de asfalto para obras é "bom problema", diz Lula
Para ele, oferta de material não atendeu à demanda porque país "ficou 25 anos sem crescer"
"Tenho que de certa forma ficar feliz porque, quando
vejo que falta asfalto, é
porque (...) existe demanda
maior do que a oferta", disse
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
A falta de asfalto que prejudica o andamento de obras do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento) é um "bom
problema", afirmou ontem o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Para ele, a oferta do material não atendeu ao crescimento da demanda "porque o Brasil
ficou 25 anos sem crescer".
"Na medida em que o Brasil
começou a crescer de forma
muito forte, a gente começa a
sentir falta. Isso é um problema, mas é o chamado bom problema", afirmou o presidente.
A Folha revelou anteontem
que a crise de abastecimento
de asfalto provocou atraso em
obras de rodovias federais no
Nordeste, sendo duas incluídas
no PAC.
A única produtora de asfalto
do país é a Petrobras. A estatal
culpou distribuidoras pela falta
do produto na região. Lula afirmou que não procura "culpados" pelo problema.
"Em vez de ficar procurando
culpados, tenho que de certa
forma ficar feliz porque, quando vejo que falta asfalto, é porque (...) existe uma demanda
maior do que a oferta."
Ele disse ter ouvido queixas
sobre a falta de outras matérias-primas, como cimento, tijolo e telha, e de profissionais,
como engenheiros e azulejistas.
"Essa demanda forte que está
acontecendo vai exigir que o
Brasil dê um salto de qualidade
na produção das coisas necessárias para construir estradas,
ferrovias, viadutos e casas."
Lula afirmou, em entrevista
coletiva, que o país deve fechar
o ano com um saldo de 1,1 milhão de empregos formais criados. Ele não disse se o governo
vai manter a redução no IPI para eletrodomésticos.
"Se a economia crescer como
nós prevemos no ano que vem,
teremos mais facilidade para
discutir se mantém ou não IPI."
O presidente afirmou que a decisão caberá ao ministro Guido
Mantega (Fazenda).
O presidente disse ainda que
o Banco Central vai "comprar
tantos [dólares] quanto os dólares que aparecerem no mercado", a fim de controlar a queda
da cotação da moeda.
Ele afirmou que o governo
ainda não encontrou um valor
ideal para a divisa. "O dólar fraco ou forte demais não presta."
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