São Paulo, quinta-feira, 29 de outubro de 2009

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Falta de asfalto para obras é "bom problema", diz Lula

Para ele, oferta de material não atendeu à demanda porque país "ficou 25 anos sem crescer"

"Tenho que de certa forma ficar feliz porque, quando vejo que falta asfalto, é porque (...) existe demanda maior do que a oferta", disse

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

A falta de asfalto que prejudica o andamento de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é um "bom problema", afirmou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, a oferta do material não atendeu ao crescimento da demanda "porque o Brasil ficou 25 anos sem crescer".
"Na medida em que o Brasil começou a crescer de forma muito forte, a gente começa a sentir falta. Isso é um problema, mas é o chamado bom problema", afirmou o presidente.
A Folha revelou anteontem que a crise de abastecimento de asfalto provocou atraso em obras de rodovias federais no Nordeste, sendo duas incluídas no PAC.
A única produtora de asfalto do país é a Petrobras. A estatal culpou distribuidoras pela falta do produto na região. Lula afirmou que não procura "culpados" pelo problema.
"Em vez de ficar procurando culpados, tenho que de certa forma ficar feliz porque, quando vejo que falta asfalto, é porque (...) existe uma demanda maior do que a oferta."
Ele disse ter ouvido queixas sobre a falta de outras matérias-primas, como cimento, tijolo e telha, e de profissionais, como engenheiros e azulejistas.
"Essa demanda forte que está acontecendo vai exigir que o Brasil dê um salto de qualidade na produção das coisas necessárias para construir estradas, ferrovias, viadutos e casas."
Lula afirmou, em entrevista coletiva, que o país deve fechar o ano com um saldo de 1,1 milhão de empregos formais criados. Ele não disse se o governo vai manter a redução no IPI para eletrodomésticos.
"Se a economia crescer como nós prevemos no ano que vem, teremos mais facilidade para discutir se mantém ou não IPI." O presidente afirmou que a decisão caberá ao ministro Guido Mantega (Fazenda).
O presidente disse ainda que o Banco Central vai "comprar tantos [dólares] quanto os dólares que aparecerem no mercado", a fim de controlar a queda da cotação da moeda.
Ele afirmou que o governo ainda não encontrou um valor ideal para a divisa. "O dólar fraco ou forte demais não presta."


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