São Paulo, quinta-feira, 29 de novembro de 2001

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MERCADO FINANCEIRO

Investidores estariam aproveitando queda da cotação para comprar moeda; Bovespa cai 4,29%

Dólar sobe após cinco dias seguidos de baixa

DA REDAÇÃO

A possibilidade de o Banco Central elevar os juros, uma onda de realização de lucros e a volta dos sobressaltos na Argentina fizeram os mercados viver um dia pouco tranquilo ontem.
O dólar fechou em alta, após cinco dias consecutivos de baixa. A moeda americana subiu 0,52% e encerrou os negócios cotada a R$ 2,484. Na Bolsa, continuou o movimento de realização de lucros iniciado na terça -o Ibovespa teve perda de 4,29%, em 13.019 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 775,8 milhões, dentro da média diária deste mês.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), permaneceram as projeções para alta dos juros. Nos contratos de abril, os mais negociados, as taxas voltaram a superar os 20%. Encerraram em 20,27%, ante o fechamento de 19,89% de anteontem.
Mas, segundo afirma boa parte dos analistas, não houve nenhum pânico no mercado nem nada especial que indique uma inversão de tendência, para o pessimismo.
"Não podemos nos esquecer de que a Bolsa teve forte valorização no mês, e o dólar, forte baixa. Chegou a hora de os investidores realizarem lucros", afirma Marcelo Schmitt, do banco Lloyds TSB.
No mês, o dólar acumula desvalorização de 7,93%. A Bolsa tem valorização de 14,5%.
Para a diretora de câmbio da corretora AGK, Miriam Tavares, a mudança de humor do mercado começou na tarde da terça-feira, com a notícia de que o FMI estaria pressionando a Argentina para que ela abandone a paridade.
Uma outra notícia, divulgada na manhã de ontem, contribuiu para que as perspectivas para os países emergentes se deteriorassem. A Standard & Poor's rebaixou os títulos japoneses. A preocupação é de que forma a medida afetará as economias emergentes asiáticas e detonou uma desconfiança geral. Com isso, o risco-país do Brasil já abriu em alta e os títulos da dívida externa, os C-Bonds, em baixa -fecharam com queda de 1,82%.
"O mercado já abriu pressionado", resume Marcos Souza Barros, presidente da comissão técnica de câmbio da Ancor.
Recentes declarações de Luiz Fernando Figueiredo, do Banco Central, dando conta que o afrouxamento da política monetária pode não estar próximo e a queda das Bolsas de Valores nos Estados Unidos também preocuparam investidores. (ANA PAULA RAGAZZI)



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